Hak Cheol Shin: presidente da LG Chem (Jean Chung/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de agosto de 2020 às 19h19.
Embora a pandemia de Covid-19 tenha reduzido a demanda por veículos elétricos neste ano, um fornecedor sul-coreano espera que as vendas de baterias atinjam novo recorde graças à forte demanda na Europa e a um contrato com a fábrica da Tesla na China.
A receita da unidade de baterias da LG Chem deve subir para um recorde de cerca de 13 trilhões de wons (US$ 11 bilhões) neste ano, antes de atingir 30 trilhões de wons em 2025, disse o CEO Hak Cheol Shin em entrevista de seu escritório em Seul.
“Não temos problemas em nossa cadeia de abastecimento e podemos entregar todos os pedidos dos clientes neste ano, apesar do coronavírus”, disse Shin.
Mesmo com a previsão de queda da demanda por baterias recarregáveis pela primeira vez em 2020, fabricantes sul-coreanos aumentaram as vendas no primeiro semestre. Os fornecedores do país asiático se beneficiaram particularmente de medidas de governos europeus, que usam fundos do pacote de recuperação da pandemia para ajudar a aumentar as vendas de veículos elétricos, bem como novos modelos de montadoras como a Volkswagen, de acordo com a SNE Research.
As vendas na LG Chem aumentaram 83%, para 10,5 gigawatts-hora, impulsionadas pela crescente demanda por sedãs Model 3 da Tesla na China e pelo Zoe da Renault, disse a SNE Research. Isso ajudou a LG Chem, cujo preço da ação mais do que dobrou neste ano, elevando o valor de mercado da empresa para o recorde de cerca de US$ 44 bilhões, a assumir a liderança do mercado, antes ocupada pela chinesa Contemporary Amperex Technology.
“O ponto é quantos pedidos a LG poderá receber da Tesla, porque todos concordam que a Tesla vai liderar o mercado de carros elétricos", disse Hwang Kyu-Won, analista da Yuanta Securities Korea. “No entanto, se outras montadoras alcançarem a Tesla, isso pode ser uma boa notícia para a LG Chem também, por causa de seus clientes diversificados.”