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Fornecedora da Apple faz alerta sobre demanda por iPhone

A divisão de iPhone da Foxconn precisará eliminar cerca de 10% do pessoal não técnico por conta de demandas menores pelo aparelho

 (Reprodução/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 24 de novembro de 2018 às 06h00.

A Foxconn Technology Group, a maior montadora de aparelhos iPhone, é a mais recente fornecedora da Apple a fazer um alerta sobre a fraqueza da demanda. Um memorando interno da companhia sugere que as despesas serão reduzidas quase pela metade no ano que vem.

A fabricante pretende eliminar 20 bilhões de yuans (US$ 2,9 bilhões) dos gastos em 2019 porque enfrenta “um ano muito difícil e competitivo”, segundo documento interno obtido pela Bloomberg. Os gastos da empresa nos últimos 12 meses foram de cerca de 206 bilhões de novos dólares taiwaneses (US$ 6,7 bilhões). As ações da Hon Hai Precision Industry, como a Foxconn é conhecida em Taiwan e na Ásia, subiram menos de 1 por cento nas primeiras operações desta quinta-feira em Taipé.

“A análise que está sendo realizada por nossa equipe neste ano não é diferente de exercícios semelhantes realizados em anos anteriores”, afirmou a Foxconn em comunicado enviado por e-mail em resposta a consultas da Bloomberg. O processo foi projetado para garantir que as equipes e os orçamentos da companhia “estejam em sintonia com as necessidades atuais e previstas de nossos clientes, com nossas operações globais e com os desafios econômicos e do mercado nos próximos anos”.

A divisão de iPhone da Foxconn precisará reduzir as despesas em 6 bilhões de yuans no ano que vem e a empresa planeja eliminar cerca de 10 por cento do pessoal não técnico, de acordo com o memorando. É provável que essas medidas intensifiquem a melancolia que envolve a Apple e as fornecedoras do iPhone, o produto mais importante da companhia. Na semana passada, quatro fornecedoras em três continentes reduziram suas estimativas de renda por causa da fraqueza da demanda. Isso provocou uma forte queda nas ações de tecnologia que depois se espalhou para o mercado geral nos últimos dias.

O Goldman Sachs diminuiu seu preço-alvo para a Apple pela terceira vez neste mês por causa da fraqueza da demanda por iPhone na China e em outros mercados emergentes. O analista Rod Hall alertou sobre um “risco concreto” para o guidance se as tendências atuais continuarem.

As ações da Apple entraram em um bear market nesta semana e terminaram o pregão de quarta-feira com uma queda 24 por cento em relação ao pico registrado em outubro. Em um único dia da semana passada, a Lumentum Holdings, uma das fornecedoras que alertaram sobre a fraqueza da demanda, despencou 33 por cento, e a AMS recuou 22 por cento. Nesta semana, à medida que o receio se difundia, o S&P perdeu o avanço registrado em 2018.

A Apple ajustou sua estratégia à medida que o crescimento do número de smartphones vendidos a cada ano desacelerou. A empresa pode cobrar preços mais altos por cada aparelho e ganhar mais dinheiro com serviços, como vídeos digitais, streaming de música e armazenamento de dados.

No entanto, a maioria de suas fornecedoras depende do aumento dos volumes de unidades para expandir seus negócios e não tem um plano alternativo rentável para enfrentar a desaceleração do crescimento do setor. Foi o que levou empresas como a Lumentum e a Japan Display a divulgar alertas financeiros. “As fornecedoras dependem mais do volume do que a Apple”, disse Woo Jin Ho, analista da Bloomberg Intelligence.

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