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Ford vê mercado no Brasil mais lento que o esperado

A Ford manifestou dúvidas se as montadoras conseguirão atingir a previsão para 2013 da entidade que representa o setor, Anfavea


	Logo da Ford: no primeiro bimestre, as vendas do mercado brasileiro cresceram 5,6 % ante mesma etapa de 2012, desempenho acima da estimativa da Anfavea de crescimento para todo o ano, de 3,5 a 4,5 %.
 (Justin Sullivan/Getty Images)

Logo da Ford: no primeiro bimestre, as vendas do mercado brasileiro cresceram 5,6 % ante mesma etapa de 2012, desempenho acima da estimativa da Anfavea de crescimento para todo o ano, de 3,5 a 4,5 %. (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 15h19.

São Bernardo do Campo - Apesar do crescimento no primeiro bimestre nas vendas de veículos do Brasil, a Ford afirmou nesta segunda-feira que o desempenho do setor no início do ano ficou abaixo das expectativas e manifestou dúvidas se as montadoras conseguirão atingir a previsão para 2013 da entidade que representa o setor, Anfavea.

No primeiro bimestre, as vendas do mercado brasileiro cresceram 5,6 % ante mesma etapa de 2012, desempenho acima da estimativa da Anfavea de crescimento para todo o ano, de 3,5 a 4,5 %.

Porém, para a Ford, as vendas de março ainda não se mostraram fortes e com isso há motivos de "receio" sobre o desempenho do setor este ano.

"Os primeiros três meses do ano estão um pouco mais lentos do que esperávamos", afirmou o presidente da Ford no Brasil, Steven Armstrong, durante anúncio de início de produção no país do compacto premium New Fiesta.

O executivo evitou falar em números, mas afirmou que se as projeções do governo para crescimento da economia brasileira este ano se concretizarem, as vendas de veículos no país devem crescer cerca de 4 % sobre 2012.

Segundo o vice-presidente da Ford para a América do Sul, Rogélio Golfarb, apesar das vendas do primeiro bimestre terem crescido sobre o mesmo período de 2012, a expansão ocorreu em cima de um grande estoque de veículos com redução integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), produzido no final do ano passado.


"Os resultados dos dois primeiros meses merecem atenção. O crescimento de janeiro, apesar de forte, foi em cima de estoque de veículos com IPI menor. Em fevereiro, houve uma relativa queda e os números de março ainda estão aquém", disse o executivo.

"E quando se olha até o final deste ano, sem o IPI (reduzido), estamos reticentes se a indústria vai atingir essa previsão da Anfavea", acrescentou, ressaltando, porém, que haverá algum crescimento nas vendas deste ano.

Na semana passada, o presidente da Volkswagen no Brasil, Thomas Schmall, disse que as vendas de março serão "indicador-chave" da performance do mercado brasileiro este ano.

O governo reduziu o IPI no final de maio do ano passado, em meio a uma queda nas vendas do setor responsável por cerca de 23 % do Produto Interno Bruto industrial do Brasil. O incentivo começou a ser retirado gradualmente neste ano. Em abril, mais dois pontos percentuais serão devolvidos ao IPI, que passará a ser de 4 % no caso dos veículos 1.0. A retirada do desconto vai até final de junho, quando o IPI de modelos populares retornará ao patamar de 7 %.

No início do mês, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, também presidente do grupo Fiat para América Latina, afirmou que a entidade esperava para março uma média de vendas melhor que a do primeiro bimestre, antes que o novo aumento do IPI passe a vigorar a partir de abril.

Segundo Golfarb, as vendas de veículos este ano estão mais lentas do que o esperado diante da "antecipação de compras" gerada após o longo período de imposto menor. Além disso, ele avaliou que pode estar havendo ainda reflexos do fraca atividade econômica do ano passado. Em 2012, o PIB do Brasil cresceu apenas 0,9 %.

Golfarb comentou ainda que a Ford não espera que o governo volte a reduzir o IPI do setor após junho. Segundo Armstrong, os estímulos concedidos até agora, com os juros no menor nível histórico, devem ajudar a economia a avançar este ano.

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