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"Foco do crescimento da Braskem é a América"

A maior petroquímica das Américas descarta novos investimentos na Europa, disse nesta segunda-feira o presidente da companhia, Carlos Fadigas

A Braskem não vê risco de excesso de oferta de resinas no curto prazo, disse hoje seu presidente (João Mulsa/Divulgação)

A Braskem não vê risco de excesso de oferta de resinas no curto prazo, disse hoje seu presidente (João Mulsa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 18h42.

São Paulo - O crescimento futuro da Braskem deve mesmo acontecer no exterior, e os Estados Unidos devem ser um grande veículo de crescimento para os próximos anos. Entretanto, a maior petroquímica das Américas descarta novos investimentos na Europa --onde recentemente adquiriu dois ativos da Dow Chemical.

Atenta à questão dos preços do petróleo --importante matéria-prima para o setor petroquímico--, a Braskem não vê risco de excesso de oferta de resinas no curto prazo, disse à Reuters nesta segunda-feira o presidente da companhia, Carlos Fadigas.

"Mas quando você fala de longo prazo, se nós tivermos uma confirmação de disponibilidade de gás em diversas regiões do mundo, poderia ter uma adição de capacidade um pouco mais adiante", disse o executivo, acrescentando que isso seria algo para a segunda metade desta década.

Para Fadigas, a recente volatilidade da economia global torna impossível fazer uma previsão de preços de resinas no curto prazo.

"Não há um cenário claro sobre retomada de atividade nos EUA. Fazer uma previsão para preços internacionais, e por conseguinte preços internos, é muito difícil", afirmou.


De acordo com ele, o cenário de preços não afeta tanto a Braskem, já que quando o preço da matéria-prima sobe, o mesmo acontece com o produto final. "O que explica a rentabilidade (do setor petroquímico) é a taxa de utilização."

Prioridades

No fim de julho, a Braskem anunciou a aquisição dos ativos de polipropileno da Dow --duas fábricas nos EUA e duas na Alemanha, por 323 milhões de dólares.

Fadigas enfatizou que "a Europa não se transforma em nova fronteira de crescimento, a prioridade segue sendo as Américas".

Nos EUA, onde a Braskem tinha comprado a Sunoco Chemicals no início de 2010, criando a Braskem América, a companhia se volta para a possibilidade de produzir polietileno localmente. Os estudos, entretanto, agora são da construção de uma nova unidade, e não de uma aquisição.

"Para comprar um ativo de polietileno teríamos que acreditar que as margens vão melhorar ainda mais, que o cenário vai ser muito mais favorável e que mesmo pagando um preço alto vai ter retorno", explicou Fadigas.

O projeto de produzir no México a partir de 2015 não deverá gerar um excesso de oferta na América do Norte. "O México tem o foco de abastecer essencialmente o México, e o investimento nos EUA teria como objetivo abastecer o mercado norte-americano, apesar de acharmos que teria competitividade para exportar."

Plástico verde

O presidente da Braskem afirmou ainda que quatro países têm interesse em produzir plástico verde --a partir do etanol da cana-de-açúcar-- e que um deles seria o México.

"Mais de um país na Europa nos convidou para fazer uma planta... Tinha um na Ásia e existe também a possibilidade nas Américas, no México", disse Fadigas.


De acordo com ele, a Braskem planeja uma unidade de polipropileno verde, com capacidade de 50 mil toneladas por ano e com local a ser definido ainda este ano, além de uma unidade de polietileno integrado, a ser construída próxima a uma usina. "Temos alguns benefícios aí. Tem ganhos de energia, de troca de calor, de logística", disse Fadigas.

De acordo com ele, a questão das oscilações do preço do etanol preocupa, o que fez com que a Braskem definisse que as formas de suprimento desta usina integrada fossem alteradas. "Nós vamos ter uma fórmula de dividir a margem na cadeia como um todo."

O projeto integrado de polietileno, no entanto, ainda não tem prazo para ter sua localização, parceiro e volume de investimentos definidos.

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