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Flip, startup que financia de cirurgias plásticas a implantes dentários, capta R$ 3 milhões

A rodada bridge na Flip foi liderada pela aceleradora Strive, criada por Eduardo Casarini, ex-Flores Online, e Thiago Galli, ex-C6 Bank

Ricardo Wafae e Luiz Eduardo Marques, da Flip, com os investidores Eduardo Casarini e Thiago Galli, da Strive: o investimento é uma preparação para a nossa rodada série A  (Flip Saúde/Divulgação)

Ricardo Wafae e Luiz Eduardo Marques, da Flip, com os investidores Eduardo Casarini e Thiago Galli, da Strive: o investimento é uma preparação para a nossa rodada série A (Flip Saúde/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 09h00.

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Mistura de healtech com fintech, a Flip Saúde está anunciando uma captação de R$ 3 milhões, em rodada bridge liderada pela aceleradora Strive. Em operação desde 2022, a startup funciona como uma espécie de terceira via para acesso a procedimentos cirúrgicos e de saúde no geral.

“A nossa visão é de que há um buraco no mercado de saúde, restrito à saúde pública, pelo SUS, e privada, no caso dos convênios. O engraçado é que tudo aquilo que é importante na vida, nós financiamos, como casa e carro, menos a nossa saúde”, afirma Ricardo Wafae, CEO e sócio-fundador da Flip.

A startup conta com uma rede com mais de 3,5 mil clínicas credenciadas que podem oferecer o financiamento para fins de saúde, com valores entre R$ 1 mil e R$ 30 mil, e está posicionada nas classes C e D. O parcelamento pode chegar em até 24 vezes no boleto.

A origem da Flip

Entre as principais demandas, estão desde próteses dentárias, mamárias e glúteos a cirurgias diversas, como catarata. Na média, o tíquete dos financiamentos está em torno de R$ 7 mil. Quase 70% das solicitações partem do público feminino, tradicionalmente quem mais cuida da saúde dos demais membros da família.  

Com passagens por casas de investimentos com Hemisfério Sul Investimentos e ACE, Wafae construiu o negócio a partir da combinação dessas experiências profissionais e de vivências pessoais.

“Eu já senti a dor da falta de acesso à saúde, seja por não encontrar o profissional correto, seja por falta de capacidade de pagamento. Além disso, uma parte da minha família é de médicos”, diz. 

Neste namoro com o setor, Wafae atraiu para o negócio Luiz Eduardo Marques, com quem trabalhou por alguns anos na Hemisfério Sul Investimentos e compartilhava o desejo de empreender.

A evolução do negócio

A startup nasceu em 2020, mas ficou operacional apenas em 2022. No ano passado, a Flip originou R$ 120 milhões, volume 6,5 vezes maior do que no primeiro ano de exercício, ritmo semelhante à entrada de novas clínicas na plataforma.

Segundo a startup, o faturamento avançou um pouco mais, na casa de 8 vezes - a empresa não revelou o número. Para este ano, a expectativa é crescer 3,5 vezes. 

O investimento puxado pela Strive chega para impulsionar a história da Flip, que já atingiu o breakeven operacional. Isto é, chegou ao ponto de equilíbrio e, caso não precise fazer novos investimentos, pode andar com as próprias pernas.

Os novos recursos são uma ponte (bridge) para uma futura série A, prevista para o ano que vem. Até aqui, a startup tinha captado R$ 5 milhões. Na nova captação, além da Strive, entraram South Capital, Equity Rio e a plataforma de equity crowdfunding Kria. 

“Nós já estamos com um alto crescimento e decidimos esperar para fazer a série A. O valor será usado em tecnologia para a estruturação e desenvolvimento da esteira de crédito. Estamos nos preparando para dar crédito”, diz o CEO. O modelo atual usa bancos, FIDCs e outras fintechs para prover o financiamento. 

De acordo com a Strive, a escolha pela Flip para o seu quinto investimento veio de uma combinação entre o modelo de negócios, a escala e o perfil dos empreendedores.

Qual será o papel da Strive

“Este é um mercado que é mal servido de uma maneira muito drástica, digamos assim. E nós acreditamos que a tecnologia tem o potencial de ajudar demais no segmento de saúde, especialmente nessa união entre o mundo de saúde e acesso financeiro”, afirma Eduardo Casarini, co-fundador da Strive.

Também co-fundador da Flores Online, negócio do qual saiu em 2017, ele fundou a aceleradora com Thiago Galli, ex-sócio do C6 Bank, em 2022. A Strive funciona como um clube de investidores e está captando o seu primeiro fundo no valor de R$ 20 milhões para investir em até 15 startups - os cheques variam entre R$ 750 mil e R$ 1 milhão.

35 investidores já entraram no veículo, que obteve cerca de metade do valor. A cota mínima é de R$ 200 mil. Na lista, estão nomes como Pedro Conrade, CEO e fundador do Neon, Marco Cauduro, ex-CEO da CCR e sócio da Prisma Capital, e Maria Teresa Fornea, vice-presidente da unidade de home equity da Creditas. 

Pelo modelo, a Strive faz a seleção, estabelece os fluxo de negociações e o dossiê das startups, que precisam ser validadas pelos investidores. Batido o martelo, Casarini e Galli garantem aos membros do clube que vão pôr a mão na massa por dois anos, contribuindo para o ganho de escala dos negócios.  

“A Flip está mais madura, mas gostamos de entrar na fase de pré-seed para ajudar mesmo os fundadores nessa validação e começo de crescimento”, afirma Galli. 

Até aqui, a Strive investiu também na Mercado Único, de combate ao desperdício de alimentos, a americana Cograder, startup de IA para correção de provas, Coeh, de produtos digitais, e a Newsco.ia, uma agregadora de notícias.  

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