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Flamengo vs. Al-Hilal: em busca de um título (e de torcedores)

Clube carioca estreia contra o Al-Hilal nesta terça, um desafio extra é fazer um bom papel para incentivar a audiência global sobre o futebol brasileiro

Flamengo no campo: segundo dirigente, para o clube virar o Barcelona, o Vasco precisa ser o Real Madrid (Pilar Olivares/Reuters)

Flamengo no campo: segundo dirigente, para o clube virar o Barcelona, o Vasco precisa ser o Real Madrid (Pilar Olivares/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 07h02.

Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 07h38.

São Paulo — O Flamengo entra em campo às 14h30 desta terça-feira para enfrentar o Al-Hilal, da Arábia Saudita, pela semi-final do mundial de clubes, que está sendo realizada no Catar.

Uma vitória coloca o clube carioca em uma nova decisão 38 anos depois de ter conquistado seu único mundial, contra o Liverpool, da Inglaterra. Os ingleses poderiam ser mais uma vez os adversários, caso vençam sua semi-final contra os mexicanos do Monterrey, na quarta-feira. A final está marcada para sábado, às 14h30 de Brasília.

A possível final entre brasileiros e ingleses colocará frente à frente dois times que jogam um futebol ofensivo e intenso, mas também será uma oportunidade de o futebol brasileiro aprender. Modelo de gestão esportiva, o Flamengo pode incentivar, agora, o futebol brasileiro a evoluir em competitividade.

Boas exibições no Catar podem ser valiosas para atrair a atenção para de torcedores estrangeiros para o Flamengo, mas para todos os times brasileiros. É o que os ingleses, donos da liga mais competitiva da Europa, fazem como ninguém.

Em entrevista à revista EXAME no início de dezembro, Claudio Pracownik, presidente da corretora Genial Investimentos e presidente da comissão de finanças do clube, resumiu o dilema rubro-negro (e do futebol brasileiro). “Para o Flamengo virar o Barcelona, o Vasco precisa virar o Real Madrid”. “Precisamos trabalhar para melhorar o futebol brasileiro. Ninguém paga para ver um espetáculo ruim”, afirma Pracownik. “E sem grandes espetáculos não vamos atrair os maiores jogadores da Europa.”

Os 20 clubes da primeira divisão brasileira faturaram, juntos, apenas 1 bilhão de euros em 2018, ante 5,4 bilhões de euros do campeonato inglês. O Brasil tem um trunfo em relação às principais ligas europeias: a competitividade. Neste século, Palmeiras, Santos, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro, Fluminense e Athletico Paranaense foram campeões, uma rotatividade sem precedentes entre os grandes torneios do mundo.

O desafio brasileiro é fazer o bolo crescer, mas evitar uma concentração de receitas nas mãos de poucos clubes.

Palmeiras e Flamengo faturam, juntos, o equivalente a 24% do total dos clubes da primeira divisão. Na Inglaterra, a parcela dos dois principais é de 23%, e isso faz com que o país tenha não só o campeonato mais rico como também o mais disputado da Europa. Manchester United, Manchester City, Chelsea, Arsenal e Leicester já foram campeões neste século e o Liverpool lidera o atual torneio.

Torneios que são vencidos sempre pelo mesmo time perdem o interesse não só dos torcedores mas também dos patrocinadores. Para o Flamengo, e para seus torcedores, o ideal seria levantar a taça no Catar e, na volta para casa, torcer por um campeonato mais disputado no ano que vem — em 2019, o clube carioca terminou o Brasileirão 16 pontos à frente do segundo colocado, o Santos.

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