Eduardo Renda, Luiz Bettega e Pedro de Paula, fundadores da Altis: empresa espera originar R$ 60 milhões em crédito em 2025
Repórter
Publicado em 17 de abril de 2025 às 11h39.
Última atualização em 17 de abril de 2025 às 12h54.
A Altis, fintech de “crédito como serviço”, acaba de chegar oficialmente ao mercado após a captação de R$ 15 milhões em sua primeira rodada de investimento externo. Com aportes de fundos como Latitud e Magma Partners, parte do capital será direcionada para ampliar a capacidade de financiamento e fortalecer o modelo de negócio. A previsão da fintech é originar R$ 60 milhões em crédito até 2025.
Parte da rodada foi um debt round que será usada para ampliar sua capacidade de financiamento para clientes finais, fortalecendo seu modelo de negócios com base na oferta de crédito integrado para concessionárias. A startup não especifica qual a proporção de equity e debt.
Fundada em 2024, a Altis já acumulou uma dezena de clientes e mais de 80 lojas de veículos, com R$ 5 milhões em originação de crédito. A proposta da fintech é simples: empacotar toda a infraestrutura necessária para oferecer crédito em uma única plataforma. Isso inclui não apenas a tecnologia, mas também a experiência e a operação completa da esteira de crédito.
As companhias parceiras não precisam investir em infraestrutura ou em equipes próprias para gerenciar o processo de crédito, já que a Altis cuida de toda a operação, desde a análise de risco até a gestão dos recebíveis. Assim, as empresas, especialmente concessionárias, ofereçam crédito diretamente aos seus clientes, sem a intermediação de bancos.
A Altis nasceu após os fundadores concluírem que empresas que têm um relacionamento direto com os clientes estão numa posição privilegiada para operar crédito de forma mais eficiente. "Acreditamos que o verdadeiro valor está no relacionamento com o cliente. Empresas que já têm essa conexão direta são as mais preparadas para oferecer crédito de maneira mais personalizada e eficiente", afirma Luiz Bettega, cofundador da fintech.
O perfil mais comum de clientes da Altis é o de concessionárias e revendedoras de veículos – um mercado com volume de R$ 300 bilhões em financiamentos por ano e com alta demanda por crédito, mas ainda com alta dependência de bancos.
Com a Altis, as concessionárias e revendedoras podem aumentar sua rentabilidade sem precisarem passar pela complexa e custosa jornada para se tornarem fornecedoras de crédito – uma dor vista pelos empreendedores após suas temporadas na Kavak e Creditas.
A Altis foi fundada por Pedro de Paula, Luiz Bettega e Eduardo Renda, profissionais com vasta experiência em finanças e em startups latino-americanas. De Paula, ex-diretor do Mercado Crédito no Mercado Livre, foi também responsável pela criação da unidade de serviços financeiros da Kavak. Bettega cofundou a Creditoo, startup de crédito adquirida pela Creditas, e Renda tem passagens por posições de liderança em empresas como Kavak e Gringo, além de ter sido diretor de estratégia na Timelens.
A monetização ocorre por meio de uma taxa de serviço, que varia conforme o volume e o perfil da operação. Além disso, a fintech também participa dos ganhos financeiros, ou seja, da diferença entre o custo de captação e a taxa de oferta de crédito, compartilhada com as empresas parceiras.
Com o sucesso inicial no mercado automotivo, a Altis começa a expandir suas operações para outros setores, como marketplaces e varejo, onde a demanda por crédito direto é crescente. Além disso, a fintech já está em processo de ampliação de sua equipe, com parte do investimento sendo direcionado para acelerar as operações de tecnologia e vendas.
A expectativa da fintech é originar R$ 60 milhões em crédito até 2025, uma meta ambiciosa, mas que reflete o potencial de expansão do modelo de crédito integrado. A Altis, no entanto, precisará continuar provando que seu modelo pode escalar de forma eficiente, sem perder a qualidade na análise de risco e no retorno para seus parceiros.