Renato Ramalho, CEO da KPTL: "Fundo da Finep pode ser um novo Criatec, do BNDES" (KPTL/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 16h17.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 16h53.
Uma das principais agências de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades e institutos tecnológicos, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) terá agora um fundo de investimento. É o Finep Startup 1, um fundo de investimento em participações que será gerido pela KTPL Investimentos.
O fundo vai receber a atual carteira de 25 empresas que o Programa Finep Startup já investe hoje, com um capital inicial de R$ 45 milhões.
“A Finep vem investindo em startups desde 2017, quando começou a receber startups que tinham vontade de receber aportes e que já contavam com alguns investidores anjos”, explica Renato Ramalho, CEO da KPTL. “Conforme foram investindo, foram fazendo contratos de opção. Agora, entenderam que o melhor cenário é colocar essas participações em um fundo regulado, e precisavam de um gestor para o dia a dia”.
O objetivo da KPTL é dar toda estrutura regulatória do fundo e ajudar a Finep na decisão de quais startups ficarão com participação da agência. Isso porque um contrato de opção, que é a modalidade de investimento da Finep, permite que a agência decida, depois de um período que vai de três a cinco anos, se quer manter participação nos negócios ou não.
Ramalho compara um contrato de opção como um seguro de carro. “Todo ano, o contratante paga um prêmio”, diz. “Se não bater o carro, ele não pega o dinheiro de volta, mas se houver algum sinistro, usa a opção. Um contrato de opção é semelhante, a investidora faz um aporte e depois de três anos opta se quer virar sócia do negócio ou não”.
Desde o lançamento do programa, em 2017, a Finep já aportou R$ 45 milhões em 25 startups. "O programa disponibiliza recursos financeiros para que estas novas companhias, com alto potencial de crescimento e retorno, possam enfrentar, com sucesso, os principais desafios de seus estágios iniciais de desenvolvimento, contribuindo assim para a criação de empregos qualificados e geração de renda para o país", afirma Márcio Stefanni, diretor financeiro, de crédito e captação da Finep.
O fundo, neste primeiro momento, já nasce captado, porque usa os contratos de opção das 25 startups que a Finep já investiu. A ideia agora é que a Finep quer que isso seja algo perene e paralelo às próprias iniciativas da agência investidora.
Mas no futuro? Ramalho acredita que o fundo da Finep possa ser semelhante ao Criatec, uma das principais iniciativas de órgãos públicos em investimentos em startups, organizado pelo BNDES. No caso da Criatec, também era KPTL que fazia a gestão do primeiro fundo do Criatec.
“A Finep pode ter começado uma jornada similar, focando em startups em estágio um pouco mais inicial”, afirma. “Mas pode estar sendo criado um novo Criatec, e isso é muito importante e bacana para o mercado de empreendedorismo”.