Livraria Cultura: A empresa de propriedade da família Herz havia pedido proteção contra a falência em 2018 (Germano Lüders/Exame)
Da redação, com agências
Publicado em 9 de fevereiro de 2023 às 19h40.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2023 às 19h54.
A tradicional Livraria Cultura teve seu fim anunciado, após uma série de brigas na justiça em um cenário de imersão em dívidas. O juiz Ralpho Barros Monteiro, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, expediu a falência da empresa na tarde desta quinta-feira, 9.
Em 2018, já temendo ser alvo do decreto, a empresa chegou a pedir proteção contra a falência. Na época, a dívida da Livraria Cultura era de R$ 285 milhões. Depois da pandemia, no entanto, a companhia descumpriu o plano de recuperação judicial aprovado por seus credores, embora tenha conquistado um aditivo ao plano com melhores condições para o pagamento das dívidas.
Para justificar o decreto, Barros Monteiro declarou que esse novo plano de recuperação não foi cumprido pela Cultura. O juiz também acrescentou motivos como a não-quitação das dívidas trabalhistas.
Só com a Alvarez & Marsal, a dívida acumulada é de R$ 806 mil.
As livrarias em geral no Brasil passam por um momento delicado no mercado. No caso da Livraria Cultura, os custos de produção e a pouca demanda por livros - em especial no cenário do consumo literário digital -, foram alguns dos motivos pelos quais a empresa acumulou dívidas.
Na cidade de São Paulo, a livraria fica no Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Há uma segunda unidade em Porto Alegre (RS).