Fábrica do JBS: a polícia chegou a suspeitar do filho da vítima, mas o rastreamento do celular levou ao meio-irmão de Giselma, que teria revelado o esquema (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 13h32.
São Paulo - O filho de um alto executivo morto em 2008 testemunhará contra a própria mãe, acusada de mandar matar o ex-marido para não dividir os bens. O júri de Giselma Carmen Campos Carneiros Magalhães está marcado para começar nesta terça-feira, 24, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Humberto de Campos Magalhães, diretor do frigorífico Friboi, foi morto a tiros por um motoqueiro na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.
A vítima, segundo a acusação, foi atraída por um telefonema do celular do filho mais novo, Carlos Eduardo Magalhães. De acordo com o Ministério Público, o assassino foi contratado pelo meio-irmão de Giselma, Kairon Vaufer Alves, que também será julgado pelo júri popular nesta semana. Na ligação, o motoqueiro teria dito que o filho de Magalhães estava passando mal na rua em que o executivo foi morto.
Carlos Eduardo será a principal testemunha de acusação contra a mãe. Giselma chegou a ficar um ano e seis meses detida na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte de São Paulo, mas foi liberada após uma decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.
A polícia chegou a suspeitar do filho da vítima, mas o rastreamento do celular levou ao meio-irmão de Giselma, que teria revelado o esquema. Ex-presidiário, ele afirma ter recebido uma oferta de R$ 30 mil para executar o assassinato. Ademar Gomes, um dos advogados da ré, disse que a acusada é inocente.
Em 2011, dois acusados pelo assassinato foram condenados a 20 anos de prisão em regime fechado. Osmar Gonzaga Lima foi condenado por fornecer a arma utilizada para cometer o crime e Paulo dos Santos, por ter efetuado os disparos.