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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
SÃO PAULO, 26 de fevereiro (Reuters) - Após registrar alta de 41 por cento nas vendas de celulose e praticamente zerar as perdas financeiras no quarto trimestre, a Fibria reduziu seu prejuízo líquido de 968 milhões de reais para 150 milhões de reais na comparação anual.
O número ficou abaixo das estimativas analistas, de acordo com pesquisa da Reuters, que projetavam, em média, lucro líquido de 153 milhões de reais para o quarto trimestre. Em 2009, porém, a companhia lucrou 558 milhões de reais, revertendo prejuízo de 1,31 bilhão em 2008.
As ações da maior produtora de celulose do mundo caíam 3,6 por cento às 11h49 após o resultado, enquanto o Ibovespa mostrava queda de 0,3 por cento.
A Fibria informou ainda que os investimentos em 2010 deverão ser de 1,247 bilhão de reais, queda de 22,5 por cento ante os 1,609 bilhão de 2009.
Do total esperado para este ano, 896 milhões de reais serão destinados à manutenção das operações. No ano passado este segmento recebeu investimentos de 469 milhões de reais. De acordo com a Fibria, este aumento "reflete a necessidade da retomada de algumas atividades, principalmente silvicultura, que foram minimizadas durante a crise financeira global".
A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 503 milhões de reais no trimestre, queda de 8 por cento em relação a um ano antes que foi puxada por um preço médio menor da celulose em reais, já que o real se valorizou 24 por cento no período em relação ao dólar.
Este valor ficou praticamente em linha com estimativa média de quatro analistas consultados pela Reuters, de 533 milhões de reais. A margem Ebitda ficou em 30 por cento, mesmo percentual do terceiro trimestre, mas abaixo dos 34 por cento do quarto trimestre de 2008.
A receita líquida subiu 7 por cento no trimestre para 1,698 bilhão de reais ante expectativa média dos analistas de 1,7 bilhão. No ano, o faturamento subiu 1 por cento, a 6 bilhões de reais.
A companhia praticamente zerou um resultado financeiro negativo de 4,511 bilhões de reais no quarto trimestre de 2008 com leve perda de 67 milhões de reais nos últimos três meses de 2009. No ano, a Fibria reverteu o rombo de 7,286 bilhões de reais de 2008, ao apurar ganho de 1,77 bilhão.
A Fibria produziu no quarto trimestre 1,395 milhão de toneladas, alta de 36 por cento ante o mesmo período de 2008 que foi impulsionada pela produção na unidade de Três Lagoas (MS) no início de 2009. No ano, a alta foi de 19 por cento, para 5,188 milhões de toneladas.
Já as vendas da commodity foram de 1,46 milhão de toneladas no trimestre, alta de 41 por cento na comparação anual, por conta da forte demanda por celulose de eucalipto vinda do mercado asiático. As exportações representaram 88 por cento das vendas totais no trimestre. No ano, o crescimento foi de 27 por cento, para 5,248 milhões de toneladas.
Os números do quarto trimestre de 2008 são pro-forma, pois a fusão de VCP com Aracruz, que resultou na formação da Fibria, ocorreu apenas no segundo semestre de 2009.
FIBRIA REDUZ DÍVIDA
No quarto trimestre de 2009 a Fibria seguiu com política de redução de seu passivo financeiro e reduziu dívida líquida em 18 por cento tanto em relação a um ano antes quanto ao terceiro trimestre, chegando a 10,747 bilhões de reais.
A relação entre dívida líquida e Ebitda foi de 6,3 vezes, contra 7,2 vezes do terceiro trimestre. O endividamento bruto ficou em 14,715 bilhões de reais, queda de 6 por cento ante o terceiro trimestre.
"O plano de gestão do endividamento foi concluído no quarto trimestre de 2009 e teve como primeira etapa a venda da unidade Guaíba (RS) , que resultou na entrada de aproximadamente 1,4 bilhão de dólares, cuja primeira parcela, no valor de 1,3 bilhão de dólares, foi recebida em 15 de dezembro de 2009", afirma a Fibria no balanço.
Além disso, a Fibria captou no exterior, através de emissão de títulos, 1 bilhão de dólares, e fez duas operações de captação, de 750 milhões e 425 milhões de dólares.
"Dos cerca de 3,6 bilhões de dólares captados pelo plano de gestão do endividamento, 2,1 bilhões foram utilizados para a liquidação antecipada de 80 por cento do saldo da dívida com derivativos, que passou a representar 6 por cento do total do endividamento."