Fibria: o anúncio fazia as ações da Fibria reduzirem perdas na tarde desta quinta-feira (Germano Lüders/EXAME)
Reuters
Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 17h39.
São Paulo - A produtora de celulose de eucalipto Fibria anunciou nesta quinta-feira novo aumento no preço do insumo usado na produção de papel, reajustando em 30 dólares os valores da tonelada vendida para América do Norte, Europa e Ásia.
A companhia afirmou que o reajuste é válido a partir de 1o de fevereiro. O novo preço para a América do Norte será de 890 dólares a tonelada, enquanto para a Europa será de 710 dólares e a para a Ásia, de 600 dólares.
O anúncio fazia as ações da Fibria reduzirem perdas na tarde desta quinta-feira. Por volta das 17h, as ações da empresa recuavam 0,95 por cento, depois de caírem 3 por cento mais cedo, na mínima da sessão, em dia de queda de papéis de empresas exportadoras.
O reajuste é o primeiro da Fibria na casa de 30 dólares a tonelada em pelo menos um ano e segue um aumento anunciado em dezembro passado para entrada em vigor a partir do início deste mês.
Na ocasião a empresa não divulgou o valor do reajuste.
No final do ano passado, o diretor comercial da Fibria, Henri Philippe Van Keer, já havia comentado que a companhia esperava promover mais de um reajuste nos preços da celulose neste ano diante da expectativa de encontrar um mercado do insumo mais balanceado em termos de oferta e demanda.
Reajustes nos preços da commodity costumam ser acompanhados por rivais. Procurada, a Eldorado Brasil não pode comentar de imediato o assunto e representantes da Suzano Papel e Celulose não puderam ser contatados.
Na avaliação da equipe de analistas do Itaú BBA liderada por Marcos Assumpção, o anúncio do reajuste da Fibria indica um mercado de celulose melhor que o esperado no curto prazo em termos de oferta e demanda e que os reajustes anteriores "tiveram sucesso na implementação".
Os analistas do Itaú BBA, porém, citaram em nota a clientes que veem assimetrias nos preços da celulose nos próximos meses conforme entram em operação novas capacidades de companhias rivais como a asiática APP.
Já o analista Leonardo Correa, do BTG Pactual, comentou também em nota a clientes enviada nesta quinta-feira que "tudo indica que vem mais aumento de preços nas próximas semanas" diante de fundamentos sólidos apresentados pelo mercado na Europa e demanda forte vindo da Ásia.