Concessionária Fiat: planos de novos produtos no Brasil (Paulo Bareta/FCA/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 15h40.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2020 às 15h58.
São Paulo - A Fiat finalmente vai entrar no rentável mercado de utilitários esportivos (SUVs) para ampliar, ainda mais, a participação do grupo no segmento, hoje dominado pela sua marca irmã, a Jeep. A expectativa é que dois novos modelos cheguem a partir de 2021.
A ideia é posicionar os novos SUVs abaixo dos modelos da Jeep, o Renegade e o Compass, líderes de vendas em suas categorias, e oferecer produtos mais acessíveis. “Para estes lançamentos, vamos trabalhar muito na produtividade das fábricas, com os fornecedores e privilegiar ao máximo o conteúdo tecnológico para o cliente final”, afirma Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para América Latina.
Atualmente, um em cada cinco automóveis vendidos no país é SUV e a liderança do segmento pertence à Jeep. No país, a oferta em utilitários esportivos gira em torno de 40 modelos e a marca do grupo FCA detém 22% de participação apenas com o Renegade e o Compass.
Já a Fiat é uma das líderes do mercado de veículos compactos, que representam mais da metade das vendas totais no Brasil. A marca tem em modelos como Argo, Mobi e a picape Strada seus grandes destaques.
Agora, a estratégia é ampliar ainda mais a liderança do grupo ítalo-americano, desenvolvendo no país modelos totalmente novos para atrair o consumidor para o segmento que mais cresce localmente.
“A Jeep consegue ter um posicionamento um pouco mais premium, mas também temos competência para oferecer um SUV com conteúdo tecnológico na Fiat. Vamos trazer os novos modelos em 2021 e 2022”, ressalta Filosa.
Em 2019, a FCA vendeu 496,6 mil automóveis e comerciais leves no Brasil, alta de 14,5% sobre o ano anterior. O resultado leva em consideração os emplacamentos das marcas Fiat, Jeep, Dodge, Chrysler e RAM.
Com esse resultado, o grupo alcançou 18,7% de market share, avanço de 1,2 ponto percentual em relação ao desempenho de 2018.
“Trata-se do segundo ano de crescimento no Brasil, o que confirma nosso plano de investimentos no país”, diz Filosa. O grupo tem um programa de aportes no valor de 16 bilhões de reais no período de 2018 a 2024.
O executivo está otimista em relação à retomada do mercado. Segundo ele, a oferta de crédito cresce cada vez mais e a inadimplência está em um dos menores níveis dos últimos anos. “Acreditamos que as vendas financiadas vão crescer dos atuais 50% para cerca de 55%.”
No ano passado, a região da América Latina (exceto México) reportou resultado operacional de 500 milhões de euros e receita de 8,5 bilhões de euros para o grupo. Boa parte desse desempenho vem do Brasil. “Temos uma visão muito positiva do que poderemos realizar nos próximos anos”, pondera Filosa.
Sobre a fusão com a PSA Peugeot Citroën, o executivo limitou-se a dizer que a região da América Latina vai "buscar" as sinergias após aprovação da parceria.