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Fiat estuda tornar Maserati e Alfa Romeo independentes

As decisões voltariam o foco da empresa ítalo-americana para os carros populares para tornar a Fiat Chrysler mais atraente para uma possível fusão

Fiat: as operações de carros de luxo podem valer até 7 bilhões de euros (US$ 8,3 bilhões) (YouTube/Reprodução)

Fiat: as operações de carros de luxo podem valer até 7 bilhões de euros (US$ 8,3 bilhões) (YouTube/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2017 às 21h45.

Milão - A Fiat Chrysler Automobiles está analisando opções, incluindo um plano para separar da companhia as marcas de luxo Maserati e Alfa Romeo e operações de componentes, segundo pessoas com conhecimento das discussões.

As decisões voltariam o foco da empresa ítalo-americana para os carros populares para tornar a Fiat Chrysler mais atraente para uma possível fusão com uma concorrente, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas.

As operações de carros de luxo podem valer até 7 bilhões de euros (US$ 8,3 bilhões) e a Magneti Marelli e outras empresas de peças estão avaliadas em até 5 bilhões de euros, estimam os analistas.

As discussões estão em andamento entre os executivos e há várias opções em análise, inclusive a de separar apenas uma ou mais unidades de componentes, dentre as quais também estão a Teksid e a Comau, disseram as pessoas. A decisão final pode sair só no início de 2018 e o momento de concretização das transações continua incerto, disseram. A Fiat Chrysler preferiu não comentar.

O plano é pensado também para desbloquear valor para a família Agnelli e outros acionistas, já que a empresa continua apresentando desempenho inferior ao de seus pares, disseram as pessoas. O Goldman Sachs estima que as empresas do grupo Fiat Chrysler valem cerca de 50 bilhões de euros de forma independente, o dobro do valor corporativo atual do grupo, de 24,5 bilhões de euros.

O presidente Sergio Marchionne, 65, está preparando seu último plano de negócios de cinco anos antes de deixar a fabricante de automóveis, em 2019. A separação de partes do grupo é uma ferramenta familiar para o executivo.

A empresa separou a fabricante de caminhões e tratores CNH Industrial em 2011 e a marca de supercarros Ferrari em 2016. Combinadas, as entidades atualmente têm um valor de mercado de US$ 57 bilhões, contra cerca de US$ 6 bilhões em 2004, quando Marchionne assumiu a empresa.

Segundo a proposta, a Fiat Chrysler pretende manter a Jeep para sustentar o mercado de automóveis populares, que também inclui as marcas Dodge e Ram, disseram as pessoas.

A Jeep atraiu interesse da chinesa Great Wall Motor, que afirmou na terça-feira que havia “grandes incertezas” de que buscaria uma transação.

“Com a Great Wall demonstrando claro interesse na totalidade ou em parte da Fiat Chrysler, o foco muda dos resultados para o valor potencial após a separação”, disseram os analistas Dominic O’Brien e Stuart Pearson, do Exane BNP, em nota na quarta-feira.

Ainda assim, a estratégia de separação traz riscos consideráveis e a Fiat os está avaliando, disseram as pessoas. A Alfa Romeo está nas fases iniciais de sua iniciativa para se tornar uma marca global de carros de luxo e ainda precisa de bilhões de dólares em investimentos para desenvolver novos modelos para competir com nomes como BMW e Mercedes-Benz.

Além disso, nem a Maserati, nem a Alfa Romeo contam com o fascínio da marca Ferrari. Para compensar esses obstáculos, a Fiat pode tentar fechar uma parceria para suas marcas de luxo, disseram as pessoas.

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