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Festa junina online: o plano da dona da Paçoquita para reagir à quarentena

A fabricante Santa Helena aposta na promoção de festejos virtuais para alavancar as vendas em tempos de pandemia do novo coronavírus

Empresa espera alavancar vendas para festas online (Santa Helena/Divulgação)

Empresa espera alavancar vendas para festas online (Santa Helena/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de maio de 2020 às 08h00.

Última atualização em 30 de maio de 2020 às 14h59.

Nos meses de maio e junho, as vendas de produtos relacionados a festas juninas costumam subir mais de 50%. Mas diante da pandemia do novo coronavírus, uma das festividades mais amadas do Brasil deve ser virtual. Neste cenário inusitado, a Santa Helena, dona da Paçoquita, lançou um manifesto para ajudar a alavancar as vendas.

De acordo com a empresa de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o impacto da covid-19 fez com que projetos estratégicos de médio prazo fossem acelerados. Além da plataforma de venda online, os produtos da marca também estão sendo vendidos nos principais marketplaces.

"Acreditamos que a festa junina será um momento de reencontro entre os amigos e familiares, ainda que de forma virtual", afirma Renato Feliz Augusto, presidente da Santa Helena.

Embora ainda em fase inicial, a marca registrou um crescimento de 1.000% nas vendas no e-commerce em abril. "O resultado surpreende pela forma como as vendas à distância se tornaram, tão rapidamente, um recurso amplamente usado pelos nossos consumidores."

A marca lançou o manifesto #JuntosNaJunina para estimular os festejos. A empresa afirma que haverá uma possível alteração na sazonalidade habitual das festas juninas, o que levará as celebrações para além de agosto.

"Agora, acreditamos que as festas juninas serão realizadas nos meses de setembro, outubro e novembro, movimentadas pelas grandes e tradicionais festas do Nordeste, que foram adiadas", diz o executivo.

Algumas ações promocionais pensadas para o período, que ocorreriam no varejo tradicional, foram suspensas devido à pandemia. Em contrapartida, a empresa está investindo em diversas mídias para aumentar a demanda de mercado, despertando desejo de consumo.

A companhia deve usar como atrativo alguns lançamentos, como a Paçoquita sabor pamonha. "No ano passado, ela também entrou no portfólio junino, uma vez que evoca um dos principais pratos típicos da sazonalidade", afirma Augusto.

Ação da marca no ponto de venda (Santa Helena)

Outro produto que volta ao portfólio é o pé de moleque crocante, incluindo a versão sem açúcar. "As festas juninas virtuais representam uma possibilidade de reforçar a cultura desses festejos e vão ajudar a criar ainda mais ocasiões de consumo para os itens mais demandados durante as comemorações."

A empresa investirá ainda em sua primeira festa junina virtual, que terá atrações musicais e interações com direito a prêmios, com data a ser confirmada.

Perspectivas

Na época das festividades juninas, alimentos à base de amendoim ganham ainda mais representatividade na mesa do brasileiro. Para a Santa Helena, a produção do período junino começa em fevereiro e sempre tem a contratação de mão de obra temporária para atender aos grandes volumes de vendas.

"É um período em que até as vendas para o exterior costumam crescer, especialmente países com grande concentração de brasileiros", diz Augusto. Um exemplo é os Estados Unidos, onde a marca já promoveu ações para fomentar o ponto de venda para festas juninas.

Tradicionalmente, a produção da empresa cresce em 25 mil toneladas somente no período junino. Neste ano, porém, as vendas recuaram no ponto mais crítico da quarentena, em torno de 30%.

A empresa aposta, entretanto, nas suas ações para estimular o consumo e obter avanço no faturamento em 2020, ainda que menor do que o estimado no início do ano.

"Projetamos um crescimento de 16% da receita em 2020. No segundo semestre, devemos recuperar parte dessa perda com os reencontros", afirma Augusto.

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