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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
A Empresas Petróleo Ipiranga, holding que congrega as companhias do grupo Ipiranga, teve um faturamento recorde no ano passado. A receita bruta consolidada somou 28,071 bilhões de reais, 15,5% maior que os 24,297 bilhões de 2004. O maior volume físico de combustíveis foi um dos fatores que impulsionaram os resultados. Somente a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), distribuidora do grupo para a maior parte do país, vendeu 11,858 milhões de metros cúbicos de combustíveis - um incremento de 4% sobre o ano retrasado e o maior volume de sua história.
Apesar do bom desempenho das vendas, o lucro líquido consolidado do grupo recuou 7,5%, para 518 milhões de reais. O resultado, porém, foi considerado satisfatório pela direção, já que o setor petroquímico enfrentou um ano difícil, com forte alta das matérias-primas, como petróleo, nafta, eteno e propeno. "Além disso, 2004 tinha sido um ano excepcional para nós, o que elevou a base de comparação" diz Leocadio de Almeida Antunes Filho, diretor-superintendente da CBPI.
A geração de caixa do grupo permaneceu praticamente no mesmo nível de 2004. O ebitda consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 1,033 bilhão de reais em 2005 - em comparação aos 1,065 bilhão do ano anterior.
Empresas
O Grupo Ipiranga é composto por quatro empresas. Além da CBPI, há a Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga (DPPI), que atua no Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina; a Ipiranga Petroquímica, e a Refinaria de Petróleo Ipiranga. A CBPI obteve receita bruta de 19,616 bilhões de reais, 20,9% a mais que no ano anterior. O lucro, porém, cresceu em menor proporção (2,5%), de 318 milhões para 326 milhões de reais.
O principal destaque foi o aumento de 28% nas vendas de álcool combustível, que somaram 587,2 mil metros cúbicos. Com isso, a participação desse produto sobre a receita líquida da CBPI passou de 2% para 2,6%. O diesel continuou como produto mais comercializado, com 2,532 milhões de metros cúbicos e 60,8% da receita.
Já a DPPI, a outra distribuidora do grupo, enfrentou um cenário mais negativo. Com operações concentradas no mercado gaúcho, a empresa sofreu os efeitos da retração econômica do estado. O volume físico de vendas subiu apenas 0,9%. "Parece pouco, mas o mercado gaúcho de combustíveis recuou quase 2% no ano", afirma Alfredo Tellechea, diretor-superintendente da empresa.
Os resultados financeiros tiveram melhor desempenho. A receita bruta subiu 13,56%, para 3,399 bilhões de reais. Já o lucro líquido cresceu 23% e somou 170 milhões de reais, impulsionado também pela participação acionária em outras empresas do setor.
Petroquímica e refino
Enquanto os negócios de distribuição cresceram, o desempenho da Ipiranga Petroquímica (IP) e da Ipiranga Refinaria (IR) não foi tão favorável. Na IP, a receita bruta cresceu 0,5%, para 2,32 bilhões de reais. Já o reajuste dos preços dos insumos, como a nafta, derrubou em 35% o lucro líquido, para 274 milhões de reais. O ebitda acompanhou a queda, e fechou em 203 milhões - 37% menor. "Considerando o cenário desfavorável do ano passado, avaliamos esses resultados como bastante satisfatórios", afirma Paulo Magalhães, diretor-superintendente da IP.
Outra empresa que passou por uma situação delicada e 2005 foi a refinaria, que chegou a interromper por 191 dias o refino de derivados, devido ao descompasso entre os preços internacionais do petróleo e os valores de venda dos combustíveis no mercado doméstico. A receita bruta, de 519 milhões de reais, registrou a segunda queda consecutiva - desta vez, de 43%. O ebitda ficou negativo em 9 milhões de reais. O lucro líquido, porém, fechou o ano em 137 milhões, 37% menor. De acordo com Elizabeth Tellechea, diretora-superintendente da IR, o que atenuou a queda dos lucros foi a participação da empresa em outras companhias.
A empresa retomou a produção em 26 de dezembro e já tem contratado petróleo suficiente para operar até abril. Em janeiro, a média diária de refino ficou em 9 700 barris por dia, subindo para 11 000 barris em fevereiro. A intenção é chegar a 12 000 no próximo mês. Elizabeth espera manter a planta em operação, mas afirma que tudo depende da evolução dos preços do mercado. "Só estamos comprando petróleo quando a margem de lucro é positiva", diz.