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Fatia da Iberdrola na Neoenergia está na mira da Cemig

Se tiver venda, nós vamos analisar", revelou o diretor financeiro da empresa, Luiz Fernando Rolla

3)Ashmore Energy vendeu sua participação na Elektro para a Iberdrola por 4,8 bilhões de reais  (Arquivo)

3)Ashmore Energy vendeu sua participação na Elektro para a Iberdrola por 4,8 bilhões de reais (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 18h19.

Rio - A fatia da espanhola Iberdrola na Neoenergia está na mira da Cemig. "Se tiver venda, nós vamos analisar", revelou o diretor financeiro da empresa, Luiz Fernando Rolla, nesta segunda-feira, após palestra no seminário Rio Investors Day, no Copacabana Palace. Apesar de animado ao falar sobre o ativo, o executivo ressaltou que, até o momento, não foi comunicado do interesse do grupo espanhol em sair da Neoenergia.

No evento, Rolla deixou claro que a companhia tem interesse em crescer via aquisições. Nessa estratégia, a Neoenergia desponta como uma boa alternativa por estar em uma área de concessão com grande potencial de crescimento. Controlada pela Previ (49%), Iberdrola (39%) e o Banco do Brasil (12%), a Neoenergia é uma holding que reúne três distribuidoras elétricas no Nordeste: Coelba, Celpe e Cosern. Além disso, o executivo enxerga sinergias ente as operações das duas companhias.

A intenção inicial da Iberdrola, segundo fontes, era assumir o controle da Neoenergia. Mas, a estratégia esbarrou na resistência do governo, que defende a manutenção do comando da companhia nas mãos de grupos brasileiros. Por isso, a expectativa é de que uma oferta da Cemig seja vista com bons olhos pelo Planalto. Sobre esse possível apoio, Rolla disse apenas: "somos um grupo brasileiro, isso é bom".

O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Junior, foi outro a traçar um cenário de consolidação para o setor de energia elétrica. Para o executivo, o terceiro ciclo de revisão tarifária vai exigir isso do segmento. "Escala será determinante a partir de agora", previu. Segundo ele, empresas sem escala não vão conseguir atingir as metas de eficiência, que serão exigidas ao setor.


O executivo lembrou que nos dois primeiros ciclos, o setor conseguiu obter resultados importantes. Quando as empresas elétricas foram privatizadas, a parcela de distribuição representava de 40% a 50% da tarifa de energia. Atualmente, esse porcentual caiu para 20%. "Algumas delas abaixo disso", afirmou.

Desindexação - O fim dos reajustes anuais das tarifas de energia com base nos índices de inflação deve ser feita de forma estruturada ou pode afetar a situação financeira de toda cadeia elétrica, avaliam executivos do setor. A mudança é estudada pelo governo como condição para a renovação dos contratos de concessão das empresas de energia elétrica que vencem em 2015. A ideia seria fazer apenas revisões tarifárias de cinco em cinco anos. "A distribuidora sendo afetada impacta toda a cadeia de energia elétrica", disse Rolla.

O executivo afirmou que, nesse sentido, a desindexação isolada das tarifas de energia, não acompanhada de desindexação dos custos, poderia levar a inadimplência do setor. Para Rolla, a mudança de regras traz preocupação porque pode trazer incerteza a um setor que tem sido considerado defensivo por investidores na estratégia de suas carteiras em Bolsa nos últimos anos, levando à valorização dessas ações.

Já o presidente da AES Tieté, Britaldo Soares, lembrou que o fluxo de caixa do setor, que ainda tem que fazer investimentos na melhoria do serviço, é ditado pelas distribuidoras: por isso é preciso tratar a desindexação com metodologia e de forma estruturada.

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