Testes pré-clínicos de vacina brasileira contra covid-19 mostram bom resultados (Marcos Solivan/Sucom-UFPR/Divulgação)
Reuters
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 20h35.
Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 21h31.
A farmacêutica União Química informou nesta sexta-feira que assinou acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para produzir a vacina russa Sputnik V contra a covid-19 a partir da segunda quinzena de novembro. O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor.
A empresa disse que firmou um acordo de confidencialidade que a impede de fornecer quaisquer detalhes técnicos ou científicos. O laboratório ainda precisa obter aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção.
O acordo assinado pela União Química é o segundo para produção da vacina russa no Brasil, onde outras quatro vacinas contra a covid-19 já estão sendo testadas.
A vacina russa está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, de Moscou, e comercializada pelo RDIF, que no mês passado fechou um acordo com o governo do Paraná para testar e produzir a vacina no Brasil.
O governo da Bahia também assinou um acordo para conduzir testes clínicos de fase 3 da vacina Sputnik V e planeja comprar 50 milhões de doses.
Não está claro, entretanto, quando esses testes podem começar.
Uma porta-voz da Anvisa disse que os governos do Paraná e da Bahia ainda não entraram com pedidos de aprovação para seus planos de testar a vacina russa, muito menos produzi-la.
O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse à Reuters que o fundo soberano russo e o Instituto Gamaleya estão negociando diretamente com a Anvisa em relação aos dados de testes anteriores.
Com mais de 5,3 milhões de casos de coronavírus confirmados, o Brasil tem o terceiro pior surto do mundo, depois dos Estados Unidos e da Índia, o que fez do país um campo de testes na corrida para encontrar uma vacina.
Testes de estágio final estão em andamento para vacinas em desenvolvimento pela Universidade de Oxford/AstraZeneca; Sinovac Biotech; Pfizer em parceria com BioNTech; e a subsidiária farmacêutica da Johnson & Johnson, Janssen.