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Famílias ricas estão atuando como firmas de private equity

As famílias ricas dos EUA estão abraçando seu Warren Buffett interior, mas em menor escala


	Estados Unidos: muitas famílias estão atuando como empresas de private equity, comprando grandes participações em empresas ou adquirindo-as integralmente
 (Thinkstock)

Estados Unidos: muitas famílias estão atuando como empresas de private equity, comprando grandes participações em empresas ou adquirindo-as integralmente (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 21h38.

Em dezembro, meia dúzia das famílias mais ricas dos EUA, de setores como agricultura e bebidas, se reuniram em uma sala de conferências no 10º andar de um edifício comercial de Miami.

Não foi uma espécie de conspiração para governar o mundo. Em vez disso, durante uma hora compartilhando café e bolinhos, eles ouviram um negociador que trabalha para os bilionários irmãos J.B. e Tony Pritzker falar sobre como comprar empresas.

As famílias ricas estão abraçando seu Warren Buffett interior, mas em menor escala. Elas costumavam entregar a maior parte de seus ativos para ser investidos por administradores.

Agora, seguindo o exemplo de Buffett, Michael Dell e Bill Gates, muitas estão atuando como empresas de private equity, comprando grandes participações em empresas ou adquirindo-as integralmente. As famílias podem exercer um controle mais rígido de seu dinheiro, dar aos filhos algo para fazer e reduzir as comissões pagas com os negócios.

Mas a tendência tem obrigado as empresas de private equity a se mexer para tentar não perder uma fonte fundamental de recursos para seus fundos de aquisições. A Blackstone indicou um executivo para seduzir famílias ricas e a Carlyle e outras empresas de private equity estão permitindo que muitas invistam junto com elas nos negócios.

‘Economizamos milhões’

“Após uma década de investimento direto descobrimos que na verdade economizamos milhões, que foram reinvestidos em empresas e ativos -- uma economia enorme, enorme”, disse Chad Hagan, cuja família construiu fortuna no negócio de saúde privada e no setor financeiro.

Nos últimos dois anos foram fechados acordos por famílias ligadas à Bain Capital e aos Pritzker. Em março, a família Bechtel, famosa no setor da construção, comprou uma participação controladora em uma empresa de concessionárias de carros na área de Minneapolis. Normalmente, tomam participações de US$ 30 milhões a US$ 100 milhões em empresas administradas pelas famílias.

Quase 70 por cento dos escritórios familiares se voltam ao investimento direto, segundo uma pesquisa de abril com 80 empresas do tipo realizada pela Family Office Exchange. E em 2015 elas tiveram um desempenho melhor que o das firmas de aquisições. A pesquisa revelou que os negócios diretos renderam a elas uma média de 15 por cento -- mais do que o dobro dos resultados de private equity no ano.

Ao comprar ou assumir uma participação diretamente em uma empresa, as famílias podem evitar pagar comissões às firmas de aquisições, que normalmente cobram uma comissão anual de gestão de 2 por cento e ainda mantêm 20 por cento dos lucros.

Embaixador da Blackstone

“Os grupos de capital familiar se voltam cada vez mais às transações em um momento em que as famílias buscam oportunidades de investimento direto”, disse John Studzinski, embaixador da Blackstone para os grandes escritórios familiares e fundos de investimento soberano.

Obviamente os ricos não estão abandonando as empresas de private equity como lugar para colocar o dinheiro. Eles colocam uma média de 27 por cento de seus ativos nesses fundos, segundo a empresa de pesquisa Preqin. E o dinheiro familiar representa 9 por cento dos fundos de private equity, mais do que o dobro de cinco anos atrás. Na semana passada, o cofundador da Carlyle David Rubenstein disse que os escritórios familiares, juntamente com os fundos soberanos de investimento, são as fontes de dinheiro novo de mais rápido crescimento da empresa.

A Carlyle, que gerencia cerca de US$ 12 bilhões em recursos de escritórios familiares, em algumas oportunidades se associou a esses clientes para fechar negócios, uma tendência crescente entre os gestores de aquisições em sua busca por outros recursos de capital para grandes transações. Isso aconteceu com a aquisição, pela Carlyle, da empresa de armazenagem de dados Veritas, da Symantec, por US$ 7,4 bilhões, que foi concluída em janeiro.

“As famílias muitas vezes têm uma rica história de envolvimento nas empresas -- não de alguém que investe em um setor particular, mas de alguém que o viveu”, disse Mike Arpey, principal captador de recursos da Carlyle, que tem sede em Washington.

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