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Faltam os europeus: Embraer e Boeing sofrem com demora de aval da UE

Aval dos europeus é o principal ponto que falta para concluir a transação, depois que Estados Unidos e o Cade, no Brasil, já aprovaram o negócio

 (Paulo Whitaker/Reuters)

(Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 13h22.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2020 às 13h27.

O responsável pelas vendas da Embraer está preocupado com o atraso de reguladores da União Europeia em aprovar a compra da unidade de aviões comerciais da empresa pela Boeing.

“Sou melhor apoiando minha equipe no design, construção e venda de novas aeronaves do que no ambiente tedioso ou no ambiente estruturado de passar pela aprovação antitruste”, disse John Slattery, presidente da divisão de aviação comercial da Embraer, em entrevista na segunda-feira em Cingapura. “Está tomando muito meu tempo.”

Faz mais de um ano desde que a Boeing anunciou um acordo para comprar o controle da divisão de aviação comercial e serviços da empresa brasileira para se tornar mais competitiva em relação à Airbus no segmento de jatos de menor porte. Mas o acordo ainda não foi fechado, pois a UE pediu mais tempo para analisar o negócio pela segunda vez no mês passado, exigindo mais detalhes das fabricantes de jatos.

Embora atrasos regulatórios em transações complexas não sejam incomuns, o mais recente revés atrasará a decisão da UE para depois do prazo de 30 de abril, minando os esforços das empresas para concluir a criação da empresa multibilionária no início de 2020.

“Estamos meio que lutando com uma mão - talvez até com duas mãos - mas, pelo menos, uma mão amarrada nas costas”, disse Slattery, que está em Cingapura para participar da bienal Cingapura Airshow. “As partes frustradas na mesa são as companhias aéreas. São as companhias aéreas que querem tomar decisões de frota, querem saber com quem vão fazer negócios, querem uma concorrência robusta para obter os melhores termos e economia.”

A Embraer, que trabalha na potencial fabricação de uma nova aeronave turboélice como parte do empreendimento com a Boeing, conversa com fabricantes de motores do projeto, disse Slattery. A Embraer terminará a revisão do turboélice, que acomodará um número “significativamente menor” de passageiros do que uma aeronave de 150 assentos, até o fim de 2020 e enviará a proposta ao conselho, disse.

A fabricante de aviões brasileira estreou o primeiro jato da nova família E2 em 2018. O E190-E2 compete diretamente com o Airbus A220, anteriormente o menor C Series da Bombardier, com capacidade para 114 passageiros e equipado com o mesmo motor turbofan Pratt & Whitney que o jato canadense.

 

 

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