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Facebook propõe acordo milionário por direitos musicais

A publicação e a visualização de vídeos na rede aumentaram muito e vários dos vídeos apresentam música para a qual o Facebook não tem direito

Facebook: o Facebook está ansioso para fechar um acordo agora para deixar de frustrar os usuários, por retirar seus vídeos do ar (Justin Sullivan/Getty Images)

Facebook: o Facebook está ansioso para fechar um acordo agora para deixar de frustrar os usuários, por retirar seus vídeos do ar (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 17h05.

Los Angeles/São Francisco - O Facebook está oferecendo aos grandes selos e discográficas centenas de milhões de dólares para que os usuários de sua rede social possam incluir legalmente músicas nos vídeos que publicam, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A publicação e a visualização de vídeos no Facebook aumentaram muito nos últimos anos, e vários dos vídeos apresentam música para a qual o Facebook não tem direito.

De acordo com a lei atual, os detentores de direitos devem solicitar que o Facebook elimine vídeos que contenham material que infringe a lei.

Os proprietários de música vêm negociando com o Facebook há meses em busca de uma solução, e o Facebook prometeu criar um sistema para identificar e sinalizar músicas que violem os direitos autorais.

No entanto, seriam necessários dois anos para implementar essa configuração, um período de espera excessivamente longo para ambas as partes, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao discutir detalhes que não são públicos.

O Facebook está ansioso para fechar um acordo agora para deixar de frustrar os usuários, por retirar seus vídeos do ar; os parceiros, por hospedar materiais infratores; e os anunciantes, pela perspectiva de dores de cabeça jurídicas.

Watch

As últimas discussões garantirão que os membros do Facebook possam fazer o upload de vídeos com músicas no momento em que a empresa lança o Watch, um novo centro de vídeo, e financia a produção de seriados originais. O Facebook está tentando atrair bilhões de dólares em receita adicional com publicidade e pretende desbancar o YouTube como o maior site de vídeos financiado por propagandas na internet.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse na teleconferência de resultados do segundo trimestre que, nos próximos anos, o vídeo será o motor dos negócios do Facebook e determinará o desempenho da empresa. Ele disse aos investidores que a empresa deve continuar aumentando seu investimento nesse formato, porque o compartilhamento de vídeos deve ultrapassar as mensagens de texto e o compartilhamento de fotos no futuro.

O Facebook também poderia ir atrás dos vídeos musicais profissionais, mas a empresa preferiu dar prioridade a limpar o material gerado pelos usuários. A maioria dos vídeos no Facebook é publicada por indivíduos (não por empresas de mídia). Tamara Hrivnak, ex-executiva do YouTube, vem conduzindo as negociações para o Facebook desde que entrou na empresa, no início deste ano. Também ex-executiva da Warner/Chappell Music Publishing, Hrivnak é querida por seus antigos colegas.

Pacto com o diabo

Fazer negócios com o Facebook tem um quê de pacto com o diabo. Os detentores de direitos precisam fazer um acordo. Segundo a atual estrutura jurídica dos direitos autorais na internet, os usuários vão continuar publicando vídeos com material infrator de qualquer modo. O ônus de policiar esses vídeos recai sobre os detentores dos direitos. Um acordo garantiria que eles consigam algo, em vez de desperdiçar recursos monitorando todos os vídeos ilegais.

Os executivos da indústria musical também esperam que o licenciamento de músicas para vídeos gerados pelos usuários no Facebook exerça uma pressão maior para que o YouTube se comporte. No entanto, ao permitir que o Facebook hospede vídeo e música, os detentores de direitos correm o risco de criar outro YouTube — uma ótima fonte de promoção, mas um lugar onde o consumo supera as vendas.

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