Com nova onda de casos, fabricantes ressaltam flexibilidade para aumentar produção (Paul Hanna/Bloomberg)
Karina Souza
Publicado em 21 de novembro de 2020 às 17h53.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 09h59.
Cilindros de oxigênio são fundamentais para o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus --- e empresas que fornecem esse tipo de produto já se preparam para a segunda onda da doença, a fim de atender à demanda pelos produtos. Na cadeia de produção, é claro, as responsáveis pelo insumo também já veem aumento na demanda e se preparam para supri-lo.
No setor de cilindros, a MAT, líder na fabricação dos produtos para os segmentos médico hospitalar, industrial e veicular, já estuda estratégias para atender à demanda da segunda onda. Entre as estratégias adotadas pela companhia, estão: aumento de 12% em contratações e o estabelecimento de um turno extra de produção. A fábrica tem, hoje, uma produção aproximada de 22 mil cilindros por mês e pretende chegar a 30 mil unidades.
Atualmente, a companhia atende ao mercado nacional e exporta 50% da linha de produção para outros mercados nas Américas. Mesmo antes da covid-19, a companhia já tinha investido R$ 18 milhões em automatização e robotização, a fim de realizar mudanças rápidas.
“Temos hoje um processo que monitora e identifica alterações na demanda e nos permite fazer as adaptações de forma muito ágil. Temos uma flexibilidade ímpar”, diz o presidente da MAT, Luiz Fernando Assaf.
Já do lado de quem é responsável pelo gás, companhias como a francesa AirLiquide (responsável por fornecer oxigênio a hospitais de campanha), além da WhiteMartins, estão atentas para o aumento da demanda.
Exemplo disso é o fato de que, durante a primeira onda no Brasil, a WhiteMartins registrou aumento de 90% na demanda por oxigênio líquido e de 60% pelo insumo na forma gasosa.
Sabemos da responsabilidade que temos ao oferecer produtos e serviços que são essenciais à vida de milhares de pessoas e que também contribuem para a continuidade das operações de diversos segmentos importantes da indústria", disse Gilney Bastos, presidente da White Martins, em maio.
Mundo
Profissionais de saúde ressaltam a importância desse tipo de equipamento para o combate à doença --- e os riscos de sua ausência, especialmente em regiões pobres do planeta. “A realidade é que o oxigênio é a única terapia que salvará vidas na África e na Ásia-Pacífico nesta fase”, declarou Hamish Graham, pediatra e pesquisador do hospital universitário de Melbourne, à AFP, em março.
De acordo com dados publicados pelo veículo em abril, menos da metade dos hospitais da África e Ásia-Pacífico têm oxigênio permanente.