Mars fecha parceria com empresa de biotecnologia para editar genes do cacau
Redatora
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 15h22.
A Mars, fabricante de produtos como M&M’s e Snickers, anunciou nesta quarta-feira, 6, uma parceria com a empresa de biotecnologia Pairwise para desenvolver variedades de cacau mais resistentes contra a crise climática por meio da tecnologia de edição genética CRISPR.
O acordo dá à empresa acesso à plataforma Fulcrum, da Pairwise, que reúne uma base de dados com características genéticas de plantas. A ferramenta permitirá acelerar o desenvolvimento de mudas de cacau mais tolerantes a doenças, calor e outros impactos associados às mudanças climáticas.
A tecnologia CRISPR permite realizar alterações rápidas e precisas no DNA de organismos. Na agricultura ela tem sido usada para incorporar características como resistência à seca e a pragas, com mais agilidade do que os métodos tradicionais de melhoramento genético.
De acordo com comunicado da Pairwise e divulgado pela CNBC, o uso da edição genética pode reduzir riscos nas cadeias de suprimentos ao gerar plantas adaptadas a condições ambientais extremas, que se tornam cada vez mais comuns diante das alterações climáticas.
A iniciativa da Mars se insere em um movimento mais amplo do setor de alimentos para garantir o fornecimento de matérias-primas essenciais. Em outubro de 2024, a Starbucks investiu em fazendas experimentais na América Central para o cultivo de café resiliente ao clima. Os projetos incluem o uso de drones e processos de mecanização.
No mês passado, a Mars também anunciou um investimento de US$ 2 bilhões nos Estados Unidos até 2026. Parte dos recursos será destinada à expansão da Nature’s Bakery, subsidiária da empresa, com a construção de uma nova unidade industrial em Utah, avaliada em US$ 240 milhões.
Em nota, Carl Jones, diretor de ciências vegetais da Mars, afirmou que a tecnologia CRISPR tem potencial para fortalecer cadeias de suprimentos agrícolas ao tornar as plantações mais eficientes e preparadas para os desafios ambientais.
“Na Mars, acreditamos que o CRISPR tem o potencial de melhorar as plantações de maneiras que apoiam e fortalecem as cadeias de suprimentos globais”, disse.