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Exposição do Itaú à Lava Jato não é relevante, diz Setubal

"Nossa posição é bastante confortável, não vislumbramos um problema maior", disse o executivo


	Roberto Setubal: ele disse que tanto Petrobras quanto seus fornecedores seguirão operando
 (Nelson Almeida/AFP)

Roberto Setubal: ele disse que tanto Petrobras quanto seus fornecedores seguirão operando (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 12h47.

São Paulo - O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, disse nesta terça-feira, 03, que o banco está "bastante confortável" em relação à sua exposição às empresas com os nomes envolvidos na operação Lava Jato.

"Nossa posição é bastante confortável, não vislumbramos um problema maior", disse o executivo em coletiva de imprensa, sobre eventuais problemas destas companhias em honrar seus compromissos financeiros.

Setubal disse que não vê "nenhuma ruptura no sistema" e que tanto Petrobras quanto seus fornecedores seguirão operando, apesar das dificuldades impostas, com menores investimentos e mais dificuldade de acesso ao crédito. Ele disse não ver risco de a Petrobras se tornar inadimplente.

O presidente do Itaú explicou que o aumento das provisões para devedores duvidosos, realizada no último trimestre do ano, não ocorreu especificamente por conta da operação Lava Jato, mas para "reforçar a provisão do banco para potenciais perdas". "Não está especificamente relacionado ao Lava Jato."

Segundo Setubal, a porção do portfólio da carteira da instituição financeira exposta às empresas ligadas ao Lava Jato "é muito pequena", mas não deu um número. "Não poderia fazer (dar um número) por sigilo bancário. Exposição ao Lava Jato não é relevante", disse.

A decisão, assim, em ampliar as provisões, foi uma forma preventiva, explicou ele, lembrando que a economia brasileira neste ano deverá passar por um período mais desafiador.

"O crescimento será baixo e achamos que seria um bom momento para reforçar as provisões do banco", disse.

Setubal avaliou ainda que a exposição do setor financeiro às empresas ligadas ao Lava Jato é muito inferior a R$ 130 bilhões, número que teria sido levantado por um estudo feito a pedido do governo para desenhar a exposição dos bancos à operação.

"Esse número não corresponde exatamente ao que as pessoas estão entendendo. Esse valor faz referência a grupos econômicos, grandes conglomerados da construção civil que têm atividades em vários segmentos, como estradas, aeroportos, uma série de áreas. Esse não é o endividamento das empresas ligadas ao Lava Jato", explicou.

Equipe econômica

Sobre a nova equipe econômica do governo, Setubal avaliou que seus integrantes são pragmáticos e têm atuado com muito realismo.

"A nova equipe econômica tem procurado resolver os problemas com medidas realistas. Até agora, as medidas foram positivas e os mercados estão retomando a confiança", afirmou ele.

Segundo o executivo, as explicações e a postura do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Davos, foram bem recebidas pelo mercado. Ele afirmou, contudo, que 2015 é um ano difícil, duro, com ajustes e baixo crescimento econômico.

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