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Expansão, inteligência artificial e desafios: pesquisa revela cenário do franchising no Brasil

O Grupo Bittencourt divulgou nesta quarta-feira, 9, estudo realizado com 121 franqueadoras. Veja os principais insights:

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 14h09.

Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 09h48.

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O Grupo Bittencourt divulgou nesta quarta-feira, 9, uma pesquisa exclusiva sobre o atual cenário do franchising no Brasil. Com foco nas práticas de expansão, gestão, inovação e sustentabilidade, o estudo foi realizado com 121 franqueadoras de diversos setores.

A pesquisa foi apresentada oficialmente no BConnected 2024, evento que reúne líderes do setor para discutir as tendências e desafios do franchising nos próximos anos.

Confira, a seguir, os principais insights da pesquisa:

Oportunidades (e desafios) na expansão

Segundo o estudo, 74% das franqueadoras apostam em multifranqueados, ou seja, franqueados que já atuam no sistema com múltiplas unidades ou diferentes marcas. Essa escolha reduz o investimento em treinamentos iniciais, otimizando o processo de expansão.

“As franqueadoras estão cada vez mais atentas à satisfação dos clientes ao concederem novas unidades, adotando uma abordagem que vai além da capacidade de investimento do franqueado, o que demonstra maior responsabilidade e foco na qualidade da operação”, diz Caroline Bittencourt, sócia-diretora do Grupo Bittencourt.

O processo seletivo dos franqueados também tem evoluído. 84% das redes afirmam que o maior desafio na expansão é atrair candidatos com o perfil adequado. Essa consciência crescente sobre a importância de uma seleção criteriosa reflete a maturidade do setor, que busca não apenas crescimento, mas sustentabilidade a longo prazo.

Embora o cenário de expansão seja positivo, a pesquisa mostra que ainda há pouca diversificação nos modelos de negócios adotados.. Formatos enxutos, como quiosques e microfranquias, têm grande potencial, especialmente para captar candidatos de perfis variados e penetrar em mercados menores, ampliando as possibilidades de crescimento.

Da mesma forma, a diversificação dos canais de vendas é uma oportunidade subexplorada. Canais como clubes de assinatura e live commerce ainda são pouco utilizados, limitando a capacidade das redes de impactar os consumidores em diferentes momentos da jornada de compra.

“A diversificação ajuda a não colocar todos os ovos na mesma cesta. Por que se limitar a uma loja física num mercado cada vez mais digital?”, questiona a executiva.

Seleção de franqueados e escolha do ponto de venda estão entre as maiores dores dos franqueados

“As maiores dores ainda envolvem o ser humano. As franqueadoras precisam otimizar e refinar o seu processo de seleção”, diz a executiva.

Inovação no mercado de franquias

A adoção de tecnologias inovadoras está em pleno crescimento, com o uso de Inteligência Artificial (IA) se destacando. Cerca de 18,1% das franqueadoras já utilizam IA para monitorar a conformidade das operações e otimizar o atendimento.

“Estamos atentos a isso. Precisamos acelerar o uso tanto para atendimento ao franqueado quanto ao consumidor final”, diz Bittencourt.

Além disso, algumas redes estão mudando a forma de transmitir conhecimento aos franqueados, utilizando métodos modernos como vídeos, microlearning e podcasts, que facilitam o aprendizado contínuo e tornam o processo mais dinâmico e acessível.

Práticas ESG

O compromisso com práticas de ESG também está crescendo, com 80,2% das redes adotando iniciativas de sustentabilidade, como reciclagem, redução de recursos naturais e apoio a projetos sociais. Essas práticas fortalecem a imagem das marcas e atendem à crescente demanda dos consumidores por responsabilidade social.

Entretanto, a pesquisa mostra que poucos franqueados assumem compromissos sustentáveis de médio e longo prazo.

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