Negócios

Expansão da Odebrecht no exterior conquista JP Morgan

O número de projetos internacionais da companhia aumentou para 72% no terceiro trimestre


	Obra da Odebrecht: movimentação da construtora no exterior impressionou JPMorgan
 (Drawlio Joca)

Obra da Odebrecht: movimentação da construtora no exterior impressionou JPMorgan (Drawlio Joca)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 13h20.

Nova York - Embora o boom da infraestrutura no Brasil esteja passando por problemas, o sucesso do conglomerado de construção e engenharia Odebrecht SA no exterior está ajudando a conquistar o JPMorgan Chase Co. e o CRT Capital Group LLC.

Enquanto o Brasil luta para financiar US$ 240 bilhões em estradas, portos e ferrovias necessários para reduzir os congestionamentos que estão enfraquecendo o crescimento da maior economia da América Latina, a Odebrecht se isolou, aumentando a proporção do seu portfólio de contratos de US$ 33 bilhões ligado a projetos fora do Brasil.

O número de projetos internacionais da companhia aumentou para 72% no terceiro trimestre, frente a menos de 59% há menos de dois anos, segundo seu relatório de lucros mais recente.

“A diversificação internacional deles é uma diferenciação positiva”, disse Peter Lannigan, diretor de gestão do CRT em Stamford, Connecticut, em entrevista por telefone.

“Eles têm uma posição competitiva forte e uma quantidade de projetos enorme e eu me sinto suficientemente confortável com o Brasil em um prazo mais longo para fazer o trabalho de baixo para cima e procurar boas companhias no país”.

Os yields dos US$ 600 milhões em notas da Odebrecht com vencimento em 2022, que neste ano se elevaram quase o dobro da média para a dívida corporativa de mercados emergentes com nota BBB pela Fitch Ratings e pela Standard Poor’s, ficaram em 5,56% em 27 de dezembro.

Trata-se de um prêmio de 0,83 ponto porcentual frente a títulos corporativos de mercados emergentes com nota similar, o que os torna atrativos para o CRT e para o JPMorgan. A Fitch elevou a nota de crédito da Odebrecht para BBB em setembro e a S&P tem a nota BBB- da companhia sob revisão para um aumento.

Gastos dos Jogos Olímpicos

A Construtora Norberto Odebrecht SA, a unidade de engenharia e construção da empresa matriz familiar que também controla a maior fabricante de produtos petroquímicos da América Latina, possui cerca de US$ 3,2 bilhões em títulos pendentes no exterior, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Embora o Brasil tenha aumentado seus gastos em infraestrutura antes da Copa do Mundo do ano que vem e dos Jogos Olímpicos de 2016, os esforços para atrair investimentos privados enfrentaram várias demoras e revisões.

Em setembro, a primeira de várias licitações para construir estradas não atraiu investidores para uma das vias e atraiu um grupo de pequenas empresas para outra, o que levou as autoridades a dizerem que talvez reescrevam as condições para futuras ofertas.

A receita da Odebrecht aumentou 1% para US$ 14,8 bilhões nos 12 meses finalizados em setembro, um montante em sintonia com as vendas anuais da Starbucks Corp., com sede em Seattle.

“Nós realmente gostamos do perfil creditício da CNO e continuamos overweight com o emissor”, escreveu neste mês Marcela Nagib, analista do JPMorgan, na perspectiva do banco para a dívida corporativa da América Latina em 2014. A Odebrecht possui “um crédito muito forte, do nosso ponto de vista, com uma quantidade de projetos de US$ 33 bilhões espalhada por vários segmentos de infraestrutura no Brasil e no exterior”.

Novas concessões

As notas da Odebrecht para 2022 perderam 5,9% neste ano porque a presidente Dilma Rousseff não conseguiu impulsionar o crescimento acima da média da América Latina pelo terceiro ano consecutivo. A queda econômica, combinada com um déficit crescente, levou a Moody’s Investors Service e a Standard Poor’s a reduzirem suas perspectivas para a nota de crédito do país neste ano.

Uma recuperação dos investimentos e das novas concessões, incluindo as obtidas pela unidade Odebrecht Transport para administrar o aeroporto do Rio de Janeiro, alimentarão um maior crescimento de projetos no primeiro semestre de 2014, segundo Thomas Tenyi e Alexandre Muller, analistas do Banco BTG Pactual SA, que recomendam conservar os bônus.

“Continuamos observando uma tendência positiva para a infraestrutura na América Latina”, escreveram Tenyi e Muller em um relatório em 9 de dezembro.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasEmpresas americanasConstrutorasJPMorganNovonor (ex-Odebrecht)bancos-de-investimento

Mais de Negócios

20 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para abrir até o Natal

Os planos desta empresa para colocar um hotel de R$ 70 milhões do Hilton em Caraguatatuba

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife