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Executivos homens dão menos importância à diversidade

Pesquisa revela que, na opinião das mulheres, os quadros de diretores heterogêneos são mais efetivos

Mulheres estão mais abertas a mudar e desafiar o status quo (Getty Images)

Mulheres estão mais abertas a mudar e desafiar o status quo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 10h13.

São Paulo – Diversidade e inclusão são palavras cada vez mais recorrentes hoje, dentro e fora das empresas, mas nem por isso a prática tem sido melhor. A presença feminina nas posições de chefia ainda é pequena e a mudança anda a passos lentos. A porcentagem de mulheres em diretorias nas companhias que integram a lista da Fortune 500 é de cerca de 15%. Já no Brasil, se considerarmos a lista das MELHORES E MAIORES de EXAME, apenas cinco dos presidentes-executivos das 100 maiores empresas do Brasil são mulheres. Uma pesquisa feita em conjunto pela associação americana Women Corporate Directors (WCD), a consultoria Heidrick & Struggles e o professor de Harvard Boris Groysberg mostra que essa baixa representatividade está ligada à importância atribuída pelos altos executivos à diversidade nos quadros de diretorias.

O levantamento foi feito de fevereiro a junho do ano passado, com 294 mulheres e 104 homens, todos integrantes de diretorias de empresas públicas e privadas. Segundo o estudo, as mulheres acreditam bem mais no poder da diversidade para melhorar a gestão de uma empresa. Enquanto 90% delas acreditam que diretoras do sexo feminino trazem “atributos especiais” às diretorias, só 56% dos homens concordam com isso. A diferença também é grande quando se trata do número de mulheres no quadro. Quando questionadas sobre a maior eficiência da gestão de uma equipe com três ou mais integrantes do sexo feminino, 51% das mulheres concordaram com a sentença, enquanto só 12% dos homens tiveram a mesma opinião.

Perfis diferentes

O pensamento em relação a como agir também varia de acordo com o gênero. Homens e mulheres mostraram que têm diferentes perfis na hora de reconstruir a confiança de acionistas, funcionários, investidores e do consumidor, no período pós-crise financeira mundial. A diversidade, por exemplo, é considerada por 65% delas como uma das ferramentas para reconstruir essa confiança, contra 35% deles. As mulheres também se mostraram mais rígidas com relação à criação de uma nova regulação sobre a compensação dos executivos (45% delas contra 22% deles) e à necessidade de reforçar os sistemas de gerenciamento de risco (40% contra 1%, respectivamente) para ajudar na confiança.

Elas se mostraram mais críticas do que os homens, em relação ao quadro de executivos que compõem. Quando perguntadas sobre performance e a eficiência das diretorias na garantia de práticas de compensação apropriadas e competitivas, 71% das mulheres consideram que suas companhias são boas ou excelentes contra 81% deles. A diferença também ocorre com relação aos processos de avaliação de performance, considerados efetivos por 59% das mulheres e 67% dos homens.

Para os pesquisadores, esses números mostram claramente que as mulheres que responderam ao levantamento não estão tão condicionadas e sujeitas ao status quo, devido à sua maior rigidez e crítica ao sistema vigente. Ao contrário dos homens, elas estão mais abertas a mudar de forma agressiva, pois não acreditam que existe só uma forma de administrar uma empresa, e a diversidade é um passo importante para mudar essas práticas.

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