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Executivos disputam sucessões no comando da GM e da Ford

O principal subordinado do presidente da Renault não quer competir com o chefe, então pensa em dirigir a concorrente General Motors


	Carlos Tavares: para ele, procurar uma oportunidade como presidente em outra companhia não é infidelidade
 (Spencer Platt/Getty Images)

Carlos Tavares: para ele, procurar uma oportunidade como presidente em outra companhia não é infidelidade (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 14h44.

Nova York e Michigan - Como principal subordinado do presidente da Renault SA, Carlos Ghosn, Carlos Tavares admite que dificilmente suceda seu chefe, quem tem apenas 59 anos. Então, ele quer dirigir a General Motors Co. ou a Ford Motor Co.

“Temos um grande líder que está aqui para ficar”, disse Tavares, que faz 55 anos hoje. “Qualquer pessoa apaixonada pela indústria automotiva conclui que há um ponto no qual você tem a energia e a ambição para perseguir um cargo de liderança”.

O diretor operacional da Renault não é o único que procura esse espaço em uma montadora americana. O chefe da GM, Dan Akerson, 64 anos, e o da Ford, Alan Mulally, 68, poderiam se aposentar em breve. A indústria automotiva americana está se recuperando, potenciando as carreiras dos executivos que desenharam a reestruturação da Ford ou ajudaram a GM e o Chrysler Group LLC a deixarem atrás os vestígios da falência apoiada pelo governo.

Em outubro, a Ford promoveu Mark Fields, 52, para diretor operacional, tornando-o um candidato para suceder Mulally. Ao mesmo tempo, a companhia afirmou que Mulally continuará pelo menos até 2014.

Na GM, pelo menos quatro executivos, incluindo seu presidente para a América do Norte, Mark Reuss, de 49 anos, e a diretora de desenvolvimento global de produtos, Mary Barra, 51, foram mencionados como candidatos à presidência. Em abril, a GM afirmou que reestruturou o salário de Akerson para refletir sua possível aposentadoria até dentro de três anos.

A GM não quis fazer comentários, disse um porta-voz, Greg Martin.

Com Tavares, a Renault registrou um crescimento inesperado nos lucros do primeiro semestre graças a reduções no custo da mão de obra e a alta dos preços dos veículos, que reverteram uma queda da indústria na Europa.


“Minha experiência seria boa para qualquer companhia”, disse Tavares. “Por que não a GM? Seria uma honra liderar uma companhia como essa”.

Piloto de guerra

Um dos exemplos mais conhecidos de executivos do setor que mudam de companhia é Bob Lutz, um ex-piloto de guerra que virou guru do design de carros. Ele começou na GM na década de 1960, foi para a BMW no começo da década seguinte e depois passou pela Ford e pela Chrysler, onde se aposentou em 1998. Ele voltou em 2001 à GM e se aposentou de novo em 2010.

Progredindo

Mudar de emprego “é uma parte importante da indústria automotiva”, disse John Wolkonowicz, historiador do setor e ex-planejador de produtos da Ford. “As pessoas tentam progredir na vida”.

Tavares afirma que procurar uma oportunidade como presidente em outra companhia não é infidelidade. O executivo português, que entrou na Renault há 31 anos como engenheiro de test drive, tem trabalhado no desenvolvimento de produtos.

Um dos principais obstáculos para os novos executivos na situação atual é que os presidentes das principais montadoras estão fazendo um bom trabalho, explica Charles Tribbett, colíder na unidade de busca de presidentes da pesquisadora Russell Reynolds Associates Inc. Muitos deles também possuem a capacidade – e o desejo – de dirigir uma companhia, disse Tribbett.

“Todos eles são muito talentosos. Quanto mais tempo eles têm que esperar, mais difícil fica retê-los”, disse Tribbett. “Os conselhos das companhias precisam ser muito transparentes em relação aos planos de sucessão. Caso contrário, corre-se o risco de perder executivos”.

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