Negócios

Executivos buscam grupos de ajuda para tomar decisões

Fóruns compostos por CEOs cumprem papel de conselho consultivo em assuntos administrativos e de carreira

O modelo importado dos Estados Unidos ainda não é muito difundido no Brasil (.)

O modelo importado dos Estados Unidos ainda não é muito difundido no Brasil (.)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2010 às 15h58.

São Paulo - Até executivos poderosos e bem preparados podem se deparar com situações de impasse, em que nem o conselho administrativo da empresa, a família ou os amigos podem ajudar a resolver. Atento a essa necessidade, o empresário André Kaufmann trouxe para o Brasil o Renaissance Executive Forums, uma companhia internacional de ajuda a executivos de alto-escalão.

Na chamada "solidão da liderança", presidentes de empresas se reúnem em grupos de aproximadamente 10 pessoas para discutir sobre assuntos e decisões importantes de suas empresas e carreiras, com a garantia de sigilo e confiança. "Essa confidencialidade existe porque os integrantes do mesmo grupo não podem ser parentes, fornecedores, acionistas, clientes ou concorrentes. Além disso, existe um acordo que prevê que aquilo que se fala lá dentro não sai dali", afirma Kaufmann.

Conflitos de interesse

Dentro dos grupos, até os setores de atuação de cada representante são diferentes, para que não haja nenhum tipo de conflito de interesses e a conversa seja a mais franca possível. "É claro que a pessoa não fica completamente à vontade para se abrir logo na primeira ou na segunda reunião, mas essa confiança vem com o tempo", afirma o empresário.

Na medida em que os executivos ficam à vontade diante dos colegas, algumas parcerias podem até surgir, mas tudo dentro de um certo limite. "A gente não incentiva e nem desincentiva parcerias entre os integrantes, mas elas não podem ser negociações muito significativas", diz Kaufmann. Ele conta que já houve ocasião em que, depois de se tornarem amigos, o dono de uma companhia convidou outro participante do grupo para ser CEO de sua empresa. Resultado: um deles saiu do grupo, para não haver conflito. "Nesse caso, um dos participantes precisa sair do grupo, pois compromete a liberdade deles na hora de falar sobre as questões do trabalho", diz.

Seleção e estrutura

Trazido dos Estados Unidos há 10 anos, o Renaissance Executive Forums estabelece critérios rígidos para participação dos executivos. Além de pagarem uma taxa anual de 35.000 reais (quase 3.000 reais por mês), os candidatos precisam ter o perfil estipulado pelo fórum - estar em uma posição de liderança real, na qual vive situações em que não há a quem recorrer. Se o perfil se encaixar, o executivo ainda passa por duas entrevistas com os coordenadores do grupo e, por fim, fica sob aprovação dos colegas de grupo.

Com quatro grupos nas cidades de São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Curitiba, Kaufmann está com planos de expandir o negócio para o interior de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No entanto, ainda não há previsão de quando isso vai ocorrer, pois é difícil encontrar pessoas aptas para guiar os grupos. Para ser um coordenador, as qualidades necessárias são: ter um bom currículo, experiência de vida - de preferência já ter sido presidente-executivo de alguma empresa e facilidade para lidar com pessoas. "Ainda estamos procurando pessoas com esse perfil", diz o empresário.
 

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