Carlos Ghosn: o ex-presidente da Nissan está preso no Japão por suspeitas de ter cometido crimes financeiros (Takashi Aoyama/Getty Images)
AFP
Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 13h44.
Mouna Sepehri, ligada a Carlos Ghosn e diretora-executiva da presidência da Renault, recebeu um salário de cerca de meio milhão de euros distribuído em vários anos como membro da direção da aliança Renault-Nissan - apontam documentos consultados pela AFP.
Presidente da Renault e responsável pela aliança com a japonesa Nissan, Ghosn agora está preso no Japão por várias acusações, entre elas abuso de confiança.
Conforme uma fonte ligada ao caso, Mouna Sepehri "foi a única dos nove administradores que recebeu uma remuneração diretamente pela sociedade Renault-Nissan BV (RNBV)".
A RNBV é a holding holandesa que dirige a aliança entre os fabricantes francês e japonês.
Em nota, a Renault criticou as informações da imprensa sobre essas remunerações, produto de uma "campanha de desestabilização deliberadamente orquestrada".
"Há outros casos de diretores na Renault e na Nissan que, no âmbito de missões específicas para a aliança, cobram indenizações" desta holding, acrescentou o construtor francês.
Carlos Ghosn e seu braço direito, Greg Kelly, aprovaram em março de 2013 a remuneração de Sepehri, novo membro da diretoria, segundo os documentos consultados pela AFP.
Nesta sexta, o futuro judicial de Ghosn parece ter ficado ainda mais sombrio, com a apresentação de duas novas acusações por parte da Justiça japonesa contra ele, prolongando sua detenção.
Ele está preso em Tóquio desde novembro passado.