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Executiva da Huawei acusa Canadá de destruir provas comprometedoras

Advogados de Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, tentam há meses provar que os direitos de sua cliente foram violados durante a prisão da mesma

Wanzhou foi presa em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto de Vancouver, a pedido dos EUA (Don MacKinnon/AFP)

Wanzhou foi presa em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto de Vancouver, a pedido dos EUA (Don MacKinnon/AFP)

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AFP

Publicado em 19 de março de 2021 às 09h44.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 12h02.

Uma executiva da Huawei ameaçada de extradição para os Estados Unidos acusou nesta quinta-feira o Canadá de destruir provas ao apagar e-mails e mensagens de texto de um ex-policial que participou da sua prisão no fim de 2018, em Vancouver.

A fim de evitar a extradição da executiva, os advogados de Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, tentam há meses provar que os direitos de sua cliente foram violados durante a prisão da mesma.

Wanzhou foi presa em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto de Vancouver, a pedido dos Estados Unidos. A filha de Ren Zhengfrei, fundador e diretor executivo da Huawei, enfrenta nos Estados Unidos acusações de fraude bancária e conspiração, devido às atividades comerciais de uma ex-subsidiária da Huawei, que teria violado as sanções dos Estados Unidos contra o Irã. Wanzhou é acusada de ter mentido ao banco de investimentos HSBC sobre a relação da Huawei com a subsidiária Skycom, colocando o banco sob o risco de violar as sanções americanas.

Em novos documentos apresentados à corte de Vancouver hoje, os advogados da executiva afirmam que o Canadá violou os direitos de sua cliente ao apagar e-mails, mensagens de texto e documentos do computador do sargento Ben Chang depois que ele deixou a Polícia Federal do Canadá, em 2019. Suspeita-se de que Chang, que participou da prisão de Wanzhou, teria enviado em seguida ao FBI um e-mail contendo ilegalmente as senhas e números de série dos dispositivos eletrônicos da executiva confiscados no aeroporto, o que foi desmentido pelo procurador-geral do Canadá.

Chang, interrogado sob juramento, negou ter transmitido informações dos dispositivos à Polícia Federal americana, mas se negou a depor pessoalmente ante o juiz de Vancouver, o que a defesa de Wanzhou classificou de "atitude indenfensável".

Mona Duckett, advogada da executiva, disse hoje que a polícia e a alfândega canadense não tinham motivo algum para confiscar senhas de telefones e outros dispositivos eletrônicos de Wanzhou, o que teriam feito ilegalmente, para permitir que o FBI colhesse informações comprometedoras, o que, segundo ela, deveria levar à anulação de todo o processo.

As relações entre Ottawa e Pequim passam por uma crise sem precedentes desde a prisão na China do ex-diplomata canadense Michael Kovrig e seu compatriota Michael Spavor, acusado de espionagem, dias após a prisão de Meng Wanzhou. Spavor será julgado na China a partir de amanhã e Kovrig, a partir de segunda-feira.

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