Newton Carneiro da Cunha afirmou que se não houvesse a Sete Brasil, o país estaria negociando para comprar sondas no mercado internacional junto a um "cartel" de construtores de sondas (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2015 às 15h47.
Brasília - O ex-presidente do Conselho Administrativo da Sete Brasil Newton Carneiro da Cunha disse nesta terça-feira, 16, à CPI da Petrobras que o aporte de novos recursos dá perspectiva de continuidade da empresa e dará "normalidade" ao projeto em andamento de construção de 17 sondas.
Bancos credores pretendem injetar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões na Sete Brasil. Os recursos serão desembolsados em financiamentos de longo prazo, em substituição ao que seria liberado pelo BNDES. "Isso para o País é de fundamental importância", destacou.
Carneiro da Cunha, que pediu desfiliação do PT no final do ano passado, também integrou a diretoria da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Ele deixou o fundo em março. "Se não houver o empréstimo haverá quebra da empresa. Perdem a Petros, todos nós", disse o ex-executivo, explicando que a Petros integra grupo que formou a Sete Brasil.
Ele enfatizou que, se não houvesse a Sete Brasil, o país estaria negociando para comprar sondas no mercado internacional junto a um "cartel" de construtores de sondas. "Não estaríamos produzindo os empregos que estamos produzindo", comentou.
O ex-executivo contou que conheceu o ex-tesoureiro João Vaccari Neto no período que integrou o movimento sindical dos petroleiros. "Nunca tratei de Sete Brasil com Vaccari", afirmou. Ele explicou que sua relação com Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras) e João Ferraz (ex-presidente da Sete Brasil) era profissional.
Cunha, que recebia um salário de aproximadamente R$ 40 mil, foi questionado sobre a doação de 25% de seu salário para a campanha presidencial de Dilma Rousseff. "Doei porque acreditei no projeto. E não tive retribuição nenhuma", enfatizou.