Negócios

Ex-funcionário do Google transforma dinheiro da mãe em US$ 1 bi

Steven Yang largou seu cobiçado emprego no Google e pegou o dinheiro da mãe para criar a Anker, empresa de eletrônicos baseada na China.

O escritório da Anker, em Shenzhen, na China  (Qilai Shen/Bloomberg)

O escritório da Anker, em Shenzhen, na China (Qilai Shen/Bloomberg)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 21 de maio de 2018 às 14h29.

Depois que Steven Yang largou seu cobiçado emprego no Google, ele perguntou para a mãe se deveria conseguir capital de risco para financiar sua ideia de negócio.

Se a empresa on-line de eletrônicos de consumo fosse uma aposta de risco, a mãe teria lhe sugerido procurar capitalistas de risco. Mas, se transformar a empresa em algo grandioso fosse seu destino, ele deveria usar o dinheiro que ela obteve em sua carreira no setor farmacêutico da China.

Yang então juntou o dinheiro que havia ganhado no Google com o da mãe e, com menos de US$ 1 milhão em capital inicial, mudou-se da Califórnia para Shenzhen, um centro no sul da China para empresas de tecnologia. Sete anos depois, a Anker Innovations Technology vende produtos como carregadores de smartphone e bancos de energia portáteis pela Amazon.com. E a companhia está ficando ainda maior depois de ter chegado recentemente a um acordo para oferecer seus produtos em quase 4.000 lojas Walmart e 900 filiais Best Buy nos EUA.

Negociações recentes no mercado de balcão chinês New Third Board avaliaram a Anker em cerca de US$ 1,1 bilhão. Yang, 36, e sua esposa têm uma participação combinada de cerca de 54%, de acordo com uma análise feita pela Bloomberg do relatório do primeiro trimestre da empresa para 2018.

A Anker oferece carregadores que são alternativas aos de empresas como Samsung Electronics ou Apple e eles vêm com a tecnologia patenteada PowerIQ, que detecta a potência máxima de cada telefone para minimizar o tempo de carregamento. Yang também se aventurou por praticamente todos os outros dispositivos relacionados a smartphones, como cabos, fones de ouvido e aparelhos de carregamento sem fio. E está fabricando também eletrodomésticos, como aspiradores de pó robóticos com a marca Eufy.

"Nós realmente colocamos muito amor, e ódio, em nossos produtos", disse Yang, referindo-se ao ano de tédio que passou diminuindo o tamanho do robô aspirador, para 2,85 centímetros de altura, para que ele coubesse debaixo de sofás.

Lacunas da tecnologia

A Anker se expandiu porque Yang aproveitou as oportunidades criadas por lacunas no setor de tecnologia. No negócio de smartphones, ele teve como alvo a brecha entre os carregadores caros da Apple e os substitutos de baixa qualidade fabricados por terceiros.

A Anker ocupa o espaço entre as críticas de cinco estrelas e de três estrelas da Amazon (a maioria dos produtos da Anker tem cerca de quatro). Esse é o ponto ideal para Yang, onde ele cria um acessório que não é o mais caro de todos, mas ainda assim tem qualidade suficiente para conquistar a confiança do consumidor.

Isso também significa que suas marcas precisam enfrentar uma concorrência acirrada na internet.

"Vender pela Amazon continua sendo uma estratégia viável para marcas menores", disse Benjamin Cavender, analista da China Market Research Group. "No entanto, a Amazon está vendendo cada vez mais produtos de marca própria por seu mercado, o que significa que as empresas menores precisam ser muito agressivas para fornecer bons produtos e serviços a preços atraentes."

Acompanhe tudo sobre:GoogleIdeias de negócio

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões