Negócios

Ex-diretores são responsáveis por falência do banco HBOS

A comissão de normas bancárias denunciou os "erros colossais" que levaram o banco britânico à falência, obrigando o seu resgate em setembro de 2008


	Sede do HBOS, em Halifax, Yorkshire: "seus erros foram tóxicos ao HBOS", insistiu a comissão (Paul Ellis/AFP)

Sede do HBOS, em Halifax, Yorkshire: "seus erros foram tóxicos ao HBOS", insistiu a comissão (Paul Ellis/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 13h09.

Londres - Os ex-diretores do banco britânico HBOS, resgatado com bilhões de libras do Estado em 2008, durante a crise financeira, foram severamente criticados nesta sexta-feira por seus erros "colossais", por uma comissão parlamentar.

Em um relatório, a comissão de normas bancárias denunciou os "erros colossais da direção e do conselho administrativo" do HBOS que levaram o banco à falência, obrigando o seu resgate em setembro de 2008 pelo seu corrente Lloyds TSB com o apoio ativo do governo britânico.

A nova entidade resultante desta operação foi batizada de Lloyds Banking Group, e 39% pertence ao Estado, que injetou um total de 20,5 bilhões de libras ( 24 bilhões de euros).

"Seus erros foram tóxicos ao HBOS", insistiu a comissão.

"A história do HBOS é uma história de erros catastróficos de governança, gestão e fiscalização", criticou Andrew Tyrie, presidente conservador da comissão parlamentar criada após o escândalo da manipulação da taxa Libor no ano passado.

"Os maiores responsáveis por estes erros são o ex-presidente do HBOS, senhor Stevenson, e seus ex-diretores-gerais, Sir James Crosby e Andy Hornby", acrescentou Tyrie, que fez um apelo ao regulador para que proíba estes três líderes a exercer qualquer função em finanças na Grã-Bretanha.


Acusado pela comissão de ser "o arquiteto da estratégia que pavimentou o caminho para o desastre", Crosby, CEO do HBOS até 2006, demitiu-se nesta sexta-feira de sua posição como membro do comitê consultivo europeu do Bridgepoint, indicou um porta-voz do fundo.

Em setembro, a Autoridade de Mercados Financeiros do Reino Unido FSA (substituída desde 1º de abril por duas novas autoridades, PRA e FCA, como parte de uma reforma do sistema regulatório) proibiu Peter Cummings, ex-chefe da divisão de financiamento do banco HBOS a trabalhar no futuro na City e impôs uma multa recorde de 500 mil libras.

A comissão expressou "surpresa" ao saber que ele era o único a pagar até o momento.

Também muito duro com os reguladores, Tyrie considerou que tinham "várias explicações a dar sobre o seu papel no colapso do HBOS".

"No futuro, deveremos fazer mais", insistiu, afirmando que os envolvidos nas quebras de bancos são "responsáveis por suas ações e sujeitos a sanções".

De acordo com um porta-voz do ministério das Finanças, o governo de David Cameron prometeu "tirar lições do passado e proteger os contribuintes das falências de bancos no futuro" através de "mudanças profundas" introduzidas pela reforma da supervisão do setor financeiro.

Acompanhe tudo sobre:BancosPaíses ricosEuropaReino UnidoFinançasFalências

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios