Renan Lopes, Pierre Henriques e Pedro Gomide, da Smart Leilões: aposta na ampliação dos serviços financeiros e no aumento da intermediação de imóveis (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 08h07.
O mercado de leilões de imóveis no Brasil cresceu nos últimos anos, impulsionado pelo aumento da inadimplência e pela digitalização dos processos. Em 2024, a Caixa Econômica Federal registrou um crescimento de 228% no volume de imóveis levados a leilão, passando de 7.700 unidades em 2022 para 25.500.
Os números vêm da Smart Leilões, empresa fundada em 2020 e que estruturou um modelo de negócio para atuar em todas as etapas da compra e venda de imóveis de leilão, combinando educação, assessoria e tecnologia.
Criada pelos ex-auditores fiscais Renan Lopes, Pierre Henriques e Pedro Gomide, a empresa começou oferecendo cursos sobre arrematação de imóveis e, ao longo dos anos, ampliou sua atuação para intermediar transações imobiliárias e prestar serviços para investidores. Hoje, a empresa tem mais de 2.500 alunos ativos, intermedia leilões e atua como corretora credenciada da Caixa Econômica Federal.
A meta para 2025 é faturar 100 milhões de reais e consolidar sua posição no mercado.
"Víamos pessoas comprando imóveis de 1 milhão de reais por 500 mil reais. Começamos a estudar e, em poucos anos, estávamos arrematando imóveis regularmente", diz Pierre Henriques, um dos sócios.
Entre 2017 e 2020, eles aprimoraram a estratégia e, durante a pandemia, decidiram ensinar outros investidores a operar nesse mercado. O primeiro curso, lançado em 2020, vendeu 100 vagas em poucos dias. Em quatro anos, a empresa passou de um curso online para uma operação que movimenta centenas de milhões de reais em transações imobiliárias.
A empresa estruturou sua atuação em três pilares principais:
"A educação resolve uma parte do problema. Mas, depois que alguém aprende a arrematar um imóvel, outras dificuldades aparecem: como reformar, vender e conseguir financiamento. Criamos um ecossistema para resolver todas essas etapas", afirma Renan Lopes, CEO da empresa.
O setor de leilões de imóveis conta com players que atuam em diferentes frentes, como assessoria, intermediação e educação. A Smart Leilões aposta na integração dessas áreas para criar um ecossistema fechado, no qual o investidor pode entrar desde a compra até a revenda do imóvel sem precisar de serviços externos.
Entre os principais diferenciais da empresa estão:
Esse modelo tem permitido que os novos produtos da empresa ganhem escala rapidamente. A Smart Link, por exemplo, foi lançada há seis meses e já tem um portfólio de 800 milhões de reais em imóveis.
Os principais projetos para o ano incluem:
O cenário macroeconômico também deve impulsionar os negócios. Com o aumento da inadimplência, os bancos têm retomado mais imóveis e aumentado o volume de leilões. Segundo a Caixa, a tendência é que a oferta de imóveis retomados cresça ainda mais em 2025.
"Hoje, uma pessoa que atrasa três parcelas pode perder o imóvel em menos de seis meses. Isso gera um aumento no estoque de leilões. Nossa estratégia é estar preparados para essa demanda", diz Lopes.
Outro pilar da expansão da Smart Leilões é o Smart Experience, evento que reúne investidores e profissionais do setor imobiliário. Criado em 2023, o evento teve 500 participantes em sua última edição e, em 2024, deve reunir 1.500 pessoas no Rio de Janeiro.
A meta para os próximos anos é consolidar o evento como o terceiro maior encontro do mercado imobiliário no Brasil, ficando atrás apenas do Conecta Imobi e do Summit Cúpula, em Curitiba.
Entre os participantes confirmados para a edição deste ano estão executivos da Caixa, Banco Inter, Itaú e Bradesco, além de especialistas em direito imobiliário e construção civil.