Carros novos em linha de montagem na fábrica da BMW em Munique, na Alemanha (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 17h43.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2022 às 18h51.
A União Europeia (UE) apresentará na terça-feira um plano que permitirá investir US$ 48 bilhões na indústria de semicondutores até 2030 para dobrar sua participação de mercado em um setor estratégico que sofre com a escassez.
"É um momento extremamente importante para a Europa porque pela primeira vez as regras da política de concorrência, em particular a ajuda estatal, estão mudando", disse o comissário do Mercado Interno Thierry Breton, que lidera o projeto, a repórteres na sexta-feira, 4.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estabeleceu a meta de dobrar a participação do bloco em semicondutores para 20% da produção mundial até o final da década, para reduzir a dependência da Ásia.
Isso significa quadruplicar a produção em território europeu e, para isso, o Executivo do bloco validará um investimento público maciço na terça-feira.
O projeto de regulamento, que ainda precisa ser aprovado pelos países membros e pelo Parlamento Europeu, reflete o novo desejo de uma política industrial intervencionista em um continente muito aberto à concorrência..
A UE prevê quase US$ 14 bilhões de subsídios (quase US$ 7 bilhões da UE e sete dos Estados-membros) para financiar a pesquisa sobre os microchips mais inovadores e formas de preparar a sua industrialização.
Para permitir a instalação de fábricas muito grandes, mas também para incentivar a inovação nas empresas mais pequenas, a UE vai autorizar US$ 34 bilhões de ajudas públicas dos Estados-Membros aos industriais do setor, incluindo grupos estrangeiros, como a americana Intel, que planeja investir na Europa.
A Comissão espera que estes fundos atraiam mais investimento privado.
"A UE fornecerá os meios necessários para garantir sua segurança de abastecimento, como os Estados Unidos, por exemplo", incluindo possíveis restrições à exportação em caso de crise, disse Thierry Breton.
"A Europa continua sendo continente aberto, mas nos seus próprios termos", resumiu, referindo-se a uma "mudança de paradigma".
Há quase três anos, há escassez no fornecimento de semicondutores, essenciais para objetos do cotidiano, como carros ou telefones celulares.
Recentemente, muitas fábricas na UE viram a sua atividade bloqueada por depender cada vez mais das importações.
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