Negócios

EUA pressionam GM e acreditam que há mais mortes por defeito

Segundo adminsitração de segurança, número de mortes por consequência de um defeito no sistema de ignição em veículos da montadora pode ser maior


	Carros da Chevrolet: General Motors admitiu que o defeito causou 13 mortes na América do Norte
 (Daniel Acker/Bloomberg)

Carros da Chevrolet: General Motors admitiu que o defeito causou 13 mortes na América do Norte (Daniel Acker/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 23h25.

Washington - A Administração Nacional para a Segurança nas Estradas dos Estados Unidos (NHTSA, sigla em inglês) informou nesta terça-feira que o número de mortes no país por consequência de um defeito no sistema de ignição em veículos da General Motors (GM) "provavelmente" é maior do que as 13 reconhecidas pelo fabricante.

"A NHTSA não conhece o número final de mortes associadas com este defeito de segurança, mas acreditamos que provavelmente é maior do que 13", disse hoje em comunicado o diretor interino do órgão, David Friedman.

Até agora, a General Motors admitiu que o defeito, responsável pelo desligamento involuntário do motor em 2,6 milhões de veículos, o que também impede o acionamento do sistema de airbag, causou 13 mortes na América do Norte (12 nos Estados Unidos e uma no Canadá).

Porém, em março, o Centro para a Segurança do Automóvel (CAS, sigla em inglês), uma organização de defesa dos direitos dos consumidores, advertiu que, de acordo com sua análise dos dados da NHTSA, o número seria de pelo menos 303 mortos.

A CAS disse que os registros de mortes feitos pela NHTSA em colisões dos modelos Chevrolet Cobalt e Saturn Ion, dois dos que possuem o defeito, mostram que 303 pessoas morreram em acidentes em que os airbags não funcionaram.

Após as declarações de Friedman, a GM disse em um comunicado divulgado hoje que os dados que possuí informam sobre 47 colisões frontais relacionadas com o defeito do sistema de ignição. Em um princípio, a GM tinha situado o número em 32 acidentes.

Friedman também insistiu em seu comunicado que "a GM sabia sobre o defeito de segurança, mas não agiu para proteger os americanos desse defeito até este ano".

No dia 16 de maio, o Departamento de Transporte dos Estados Unidos impôs à GM a maior multa civil na história da indústria automobilística no país, US$ 35 milhões, por "infringir a lei" e atrasar durante anos o recall de milhões de veículos defeituosos.

"Literalmente, o silêncio pode matar. O que GM fez foi violar a lei", afirmou o secretário de Transporte, Anthony Foxx, ao anunciar a multa.

A GM fez um recall em fevereiro deste ano de 2,6 milhões de veículos para reparar o defeito do sistema de ignição, a maioria nos Estados Unidos e Canadá.

Mas documentos revelados após o recall indicam que a GM sabia da existência do defeito há alguns anos. A GM agiu apenas depois que Mary Barra assumiu o comando da empresa no dia 15 de janeiro deste ano.

Desde então, a GM convocou um recall de milhões de veículos para consertar vários defeitos e mudou sua estrutura com a nomeação de Jeff Boyer como vice-presidente de Segurança Global da GM, para agilizar o processo e evitar a repetição dos atrasos sofridos pelo sistema de ignição defeituoso.

A empresa também iniciou uma investigação interna para averiguar os motivos pelos quais o recall dos veículos foi evitado durante anos. O Departamento de Transportes, a NHTSA e o Congresso americano também começaram investigações sobre as ações da empresa.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosEmpresasEmpresas americanasGM – General MotorsIndústriaMontadorasRecallVeículos

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades