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EUA estendem investigação no caso Fifa a emissoras de TV

Os promotores acusaram 41 pessoas e entidades em uma investigação de corrupção de futebol que se estende por vários países


	Logo da 20th Century Fox: a 21st Century Fox listou a T&T como sua subsidiária em um documento
 (Logo da 20th Century Fox)

Logo da 20th Century Fox: a 21st Century Fox listou a T&T como sua subsidiária em um documento (Logo da 20th Century Fox)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 09h46.

Nova York - Uma empresa de marketing esportivo descrita este mês em um indiciamento de autoridades norte-americanas por obter contratos com base no "apoio" de dirigentes de futebol corruptos mantém relações de longa data com a empresa de entretenimento norte-americana 21st Century Fox, de acordo com documentos oficiais.

A descrição da T&T Sports Marketing Ltd no indiciamento indica que os promotores norte-americanos intensificaram seu foco em empresas de mídia e o que elas poderiam saber sobre subornos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Quando os promotores anunciaram a investigação de corrupção na Fifa, em maio, mencionaram em documentos judiciais "uma série de emissoras e anunciantes", mas não abordaram especificamente o seu papel.

A 21st Century Fox listou a T&T como sua subsidiária em um documento enviado no ano passado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Seu investimento na empresa remonta a 2002, de acordo com documentos dos governos dos EUA e da Argentina.

A Fox não detinha controle operacional da T&T, disse uma porta-voz da Fox, que não quis fazer mais comentários sobre o assunto. A empresa não é citada no indiciamento e não foi acusada de nenhum delito. A T&T também não foi acusada de crimes.

A T&T está registrada nas Ilhas Cayman, não tem um número de telefone listado e não está claro se possui funcionários próprios.

Uma porta-voz da Procuradoria dos EUA no Brooklyn, em Nova York, onde tramitam os processos contra as entidades e autoridades máximas do futebol, também não quis fazer declarações, bem como um porta-voz do FBI.

A acusação, datada de 3 de dezembro, diz que três executivos "afiliados" à T&T subornaram pelo menos 15 dirigentes do futebol para conseguir os direitos de transmissão exclusivos internacionais para a empresa de eventos como a Copa Libertadores.

Os três executivos estavam na época na empresa de marketing esportivo argentina Torneos y Competencias, diz o indiciamento.

Os 15 dirigentes foram indiciados, incluindo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, e duas delas se declararam culpadas no mês passado.

A acusação não explica como a T&T se beneficiou de retenção dos contratos de radiodifusão. A T&T não é uma emissora, mas após obter os direitos de transmissão pode revendê-los para as principais emissoras de televisão.

No final, a 21st Century Fox, comandada pelo barão da mídia Rupert Murdoch, ficou com os direitos de transmissão da Copa Libertadores e outros torneios.

A empresa de TV via satélite DirecTV também tem uma participação na T&T, de acordo com documentos de fevereiro. A companhia possui 40 por cento da Torneos, que, em troca, tem 25 por cento das ações da T&T. A DirecTV disse em agosto que seu investimento de 147 milhões de dólares na Torneos pode ser afetado pela atual investigação na Fifa.

A avalanche de denúncias de corrupção levou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, a apresentar sua renúncia ao cargo, apenas alguns dias depois de ser reeleito para um quinto mandato. Blatter não foi acusado de nenhum crime, e nega ter cometido irregularidades.

Os promotores acusaram 41 pessoas e entidades em uma investigação de corrupção de futebol que se estende por vários países.

Dirigentes do futebol de todas as Américas estão entre os réus em um caso que os promotores disseram que envolve 200 milhões de dólares em subornos e esquemas de propina ligados à comercialização de grandes torneios e partidas.

Os esquemas privaram as federações de futebol do valor completo dos direitos de transmissão e comercialização, e tiveram fortes efeitos contra a concorrência, disseram os promotores.

No Brasil, além da prisão de Marin, que foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos, também foram indiciados o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira, por suspeita de ligação com o mesmo esquema.

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