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EUA é região chave para expansão da WEG em negócio de transformadores

A empresa, que fabrica desde motores elétricos até tintas industriais, já duplicou presença com esses equipamentos na América do Norte nos últimos dois anos

Harry Schmelzer, presidente da WEG: “O Brasil pode se tornar um exportador de motores elétricos para ônibus e caminhões” (Germano Lüders/Exame)

Harry Schmelzer, presidente da WEG: “O Brasil pode se tornar um exportador de motores elétricos para ônibus e caminhões” (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 16h54.

São Paulo — A WEG, que fabrica desde motores elétricos até tintas industriais, definiu os Estados Unidos como região chave para a expansão de seu negócio de transformadores e já duplicou a presença com esses equipamentos na América do Norte nos últimos dois anos, disse à Reuters um diretor da companhia.

A empresa tem atuado no mercado norte-americano por meio de quatro fábricas, duas delas em Washington, no Estado de Missouri, e duas no México, que produzem atualmente mais de 2 mil transformadores por ano para venda na região, incluindo também o Canadá.

"A partir de 2017 o negócio realmente deslanchou. De 2017 para cá, duplicamos nossa presença em transformadores na América do Norte, fornecendo principalmente para o mercado de energias renováveis. Hoje posso te assegurar que nos EUA a WEG, em transformadores, é líder de mercado em renováveis", afirmou o diretor superintendente da WEG T&D, Carlos Diether Prinz.

O executivo atribuiu o avanço à decisão da empresa em 2017 de comprar as fábricas em Washington, que permitiram a ela ter acesso a clientes no setor elétrico local, além do enquadramento em programa de incentivos do governo dos EUA a energias renováveis.

O portfólio de produtos da companhia para o mercado norte-americano envolve transformadores elevadores para aerogeradores e inversores solares, além de transformadores de potência nas classes de tensão de 138 a 500 kilovolts, com potências até 300 MVA.

"Isto vem mudando o panorama de participação WEG no mercado de energias renováveis, atingindo não somente o mercado de geração e distribuição de energia, como também a transmissão... esse mercado vem crescendo quase de forma exponencial, a cada momento a gente se surpreende positivamente com a demanda", acrescentou Prinz.

A estratégia da WEG se baseia na competitividade das unidades no México, onde a mão de obra é mais barata, e na localização das fábricas nos EUA, perto dos clientes, o que também reduz despesas.

"Para um determinado tamanho de transformadores, o custo de logística é importante, ao mesmo tempo que, nos de maior porte, é o custo de mão de obra. Como os competidores são na sua grande maioria empresas norte-americanas, temos vantagem competitiva por termos fábrica no México", explicou.

A localização das unidades também permitiu que a empresa com sede em Santa Catarina passasse sem impactos pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, que levou à imposição de tarifas nos EUA sobre diversos produtos importados dos chineses, afetando alguns concorrentes.

O diretor da WEG afirmou ainda que a empresa tem focado o mercado de renováveis como alvo de sua expansão na América do Norte, em movimento que segundo ele foi recompensado e poderá ser ampliado.

"Toda estratégia de expansão na América do Norte foi em cima do tema 'renováveis', mesmo em momento, em 2017, em que as notícias sobre os EUA falavam sobre combustíveis fósseis. Essa visão tem feito a diferença para nós."

Além das fábricas de transformadores nos EUA e México, a WEG possui unidades de produção desses equipamentos em Gravataí, Blumenau, Itajaí e Recife, além da Colômbia. O diretor não quis abrir números sobre as operações.

A receita líquida da WEG com equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD) em mercados externos avançou 20% no terceiro trimestre sobre um ano antes, enquanto recuou 22% no mercado doméstico, segundo apresentação da empresa.

A América do Norte respondeu por 46,7% da receita líquida da WEG no terceiro trimestre, enquanto América do Sul e Central foram responsáveis por 12,1% e Europa 23,2%.

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