Negócios

EUA definem monitores de atividades da Braskem

Dois monitores vão fiscalizar a empresa pelos próximos três anos, para identificar práticas irregulares

Braskem: escolha de dois monitores é uma novidade trazida pelos casos da Braskem e Odebrecht

Braskem: escolha de dois monitores é uma novidade trazida pelos casos da Braskem e Odebrecht

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 09h40.

São Paulo - O Departamento de Justiça americano já acertou com a Braskem - petroquímica que tem entre seus sócios Petrobrás e Odebrecht - os nomes dos monitores que vão fiscalizar a empresa pelos próximos três anos, para evitar novos casos de corrupção. O advogado americano Guy Singer e a advogada brasileira Isabel Franco vão assumir as funções.

Singer é especializado em crimes do colarinho branco e é sócio do escritório Orrick, com sede em Nova York. Ele já foi procurador na seção criminal do Departamento de Justiça (DoJ) - justamente a área que cuida dos processos anticorrupção.

Já Isabel Franco, sócia do escritório KLA, é especializada em investigações empresariais e na área de compliance, que define regras para atuação de funcionários de uma empresa para garantir ética nos negócios. A advogada tem experiência no cargo, pois já foi auxiliar de monitores externos de multinacionais que atuam no Brasil.

Segundo advogados especializados em negociações com o DoJ, a escolha de dois monitores é uma novidade trazida pelos casos da Braskem e Odebrecht.

Isso ocorreu porque o Ministério Público Federal do Brasil fechou os acordos com as empresas em conjunto com as autoridades americanas.

Ainda não está claro como será a atuação dos escolhidos, mas a expectativa é que eles trabalhem em conjunto. Além de se submeter ao monitoramento por três anos, a Braskem concordou em pagar multa de R$ 3 bilhões às autoridades americanas e brasileiras.

Segundo o acordo divulgado pelo DoJ, a empresa teria pago US$ 250 milhões em propinas entre 2006 e 2014. A petroquímica pagou para ter preços mais baratos da Nafta, sua principal matéria-prima, fornecida pela Petrobrás.

Além disso, formou caixa 2 para pagamentos e tentou influenciar textos de medidas provisórias com a meta de obter vantagens.

O papel dos monitores é garantir que as práticas ilícitas cessem e que a empresa implante um sistema rígido para evitar novos casos.

Além disso, os profissionais devem reportar qualquer novo indício de corrupção. Antes mesmo da entrada dos monitores, a Braskem já havia tomado algumas medidas para coibir malfeitos, como a criação de uma área de compliance que se reportará diretamente ao conselho de administração. Também ampliou o número de conselheiros independentes.

Reputação

Alguns advogados defendem que os monitores podem ajudar a Braskem a obter uma chancela para "limpar" seu nome na praça.

Isso poderia facilitar até uma venda da empresa, o que traria alívio à Odebrecht, uma de suas principais acionistas, que está em dificuldades financeiras.

A Odebrecht já fechou acordo com o Departamento de Justiça americano, enquanto a Petrobrás tenta ainda convencer as autoridades do país de que foi vítima de ex-funcionários indicados por motivos políticos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BraskemEstados Unidos (EUA)

Mais de Negócios

Diga adeus aos copos Stanley. Em 2025, as pessoas estão obcecadas por uma outra garrafa de água

JD.com desafia gigantes do delivery com novo serviço sem comissões

A nova aposta milionária de um casal que transformou o mercado de câmbio no Brasil

Após falência e burnout, paulistana fatura R$ 1,4 milhão com kits corporativos