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Estrelas da bolsa em abril, B2W e Lojas Americanas divulgam resultados

Com efeito coronavírus, a B2W acumula alta de 93% nas ações desde o começo de abril. Mesmo com parte das lojas fechadas, Americanas também subiu 57%

A ação da B2W acumula alta de 93% desde o dia 1º de abril (Alexandre Battibugli/Exame)

A ação da B2W acumula alta de 93% desde o dia 1º de abril (Alexandre Battibugli/Exame)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2020 às 06h27.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 13h41.

Entre a alta na demanda no e-commerce e o preço crescente das ações, o mês de abril foi nada menos que mágico para a dupla B2W e Lojas Americanas. Quando as duas empresas divulgarem seus resultados do primeiro trimestre nesta quinta-feira, 7, após o fechamento do mercado, os investidores estarão atentos para entender se o otimismo se mostrou também nos balanços — sobretudo nos números de março, quando a pandemia do novo coronavírus se intensificou no Brasil.

A ação da B2W, que reúne Submarino, Americanas.com e Shoptime, acumula alta de 93% desde o dia 1º de abril, uma das mais valorizadas do mês. O valor de mercado saltou de 25 milhões no fim de março para 46,6 bilhões de reais.

Com 20% do e-commerce brasileiro, segundo projeção do banco UBS, a B2W é a segunda maior do varejo online, atrás do Mercado Livre, que tem pouco mais de 30%. O fato de a empresa ser uma puro-sangue do e-commerce e a integração crescente com as mais de 1.000 lojas físicas da controladora Americanas são vistos com bons olhos.

Para Gustavo Oliveira, analista do UBS, um dos acertos da B2W foi a compra da startup de entrega de supermercado SupermercadoNow em janeiro, semanas antes de o isolamento fazer explodir a oferta por produtos essenciais online. “A B2W está mais adiantada na categoria de alimentos em relação às concorrentes”, disse Oliveira em entrevista à EXAME em abril.

Investidores também estarão atentos ao desempenho durante a pandemia da carteira digital AME, controlada por B2W e Americanas. No pós-crise, a aposta é que pagamentos digitais sejam alavancados. Na outra ponta, a B2W apresenta histórico de prejuízos e dívidas, no geral bancados por novos aportes das Lojas Americanas no papel de controladora — já foram quatro desde 2014.

A projeção consenso entre analistas ouvidos pela Bloomberg antes do início da temporada de balanços é que a B2W apresente faturamento de 2,2 bilhões de reais entre janeiro e março, alta de 70% em relação ao mesmo período de 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve subir 200%, para 252 milhões de reais. O consenso ainda prevê prejuízo de 2 milhões de reais, porém acima dos 139 milhões de perdas no ano passado.

Para as Lojas Americanas, a projeção é de faturamento de 4,3 bilhões de reais, alta de 90%, e Ebitda de 1,1 bilhão, alta de 130%. A empresa também deve, segundo as projeções, reverter prejuízo de 53 milhões de reais no primeiro trimestre de 2019 para fechar com lucro de 396 milhões de reais.

Uma prévia do otimismo com o e-commerce na quarentena veio nesta quarta-feira, 6, com o Mercado Livre chegando a passar o banco Itaú em valor de mercado após divulgar faturamento 70% maior. A alta do grupo argentino, cujo principal mercado é o Brasil, valorizou o papel das varejistas nacionais: a B2W fechou o pregão em alta de 19,13%, as Lojas Americanas, de 7,36% e o Magalu, de 9,86%. Bons números de B2W e Americanas hoje podem abrir caminho para novas altas no varejo — ou para alguma dose de desconfiança.

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