Negócios

Estilo duro de Jobs afastou algumas pessoas, diz biógrafo

Embora seu estilo tenha propiciado a criação de produtos inovadores, Jobs não representava "o melhor estilo de gestão", disse o biógrafo Walter Isaacson

"Ele não era uma pessoa calorosa e querida", disse Isaacson em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede de TV CBS (Divulgação/Apple)

"Ele não era uma pessoa calorosa e querida", disse Isaacson em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede de TV CBS (Divulgação/Apple)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 10h12.

Steve Jobs, o co-fundador da Apple, revolucionou múltiplos setores com seus produtos de ponta, mas não era o melhor administrador do planeta, disse seu biógrafo Walter Isaacson.

Jobs mudou o rumo da computação pessoal durante suas duas passagens pelo comando da Apple, e em seguida revolucionou o mercado da comunicação móvel, mas ainda que genial e inspirador ele era conhecido também pela rispidez, que ocasionalmente se indispunha com colegas e investidores devido ao radicalismo de suas posições.

"Ele não era uma pessoa calorosa e querida", disse Isaacson em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede de TV CBS, no domingo. "Não era o melhor administrador do planeta. Na verdade, talvez tenha sido um dos piores."

"Havia momentos em que ele era muito, muito áspero com as pessoas", acrescentou.

Jobs adorava discutir mas nem todos aqueles que o cercavam compartilhavam dessa paixão, e isso afastou alguns de seus principais colaboradores. Embora seu estilo tenha propiciado a criação de produtos inovadores, não representava "o melhor estilo de gestão", disse Isaacson.

Nas mais de 40 entrevistas que Jobs concedeu ao biógrafo, ele disse que se sentia completamente confortável para praticar a franqueza extrema.

"Esse é o cacife para participar. Por isso, sempre somos brutalmente honestos uns com os outros, e todos eles podem me dizer que eu estou falando bobagem, e eu posso dizer a todos que eles estão falando bobagens", disse Jobs. "E com isso tivemos algumas discussões brutais, com todo mundo gritando uns com os outros."

"Steve Jobs", o livro de Isaacson, que chega às livrarias na segunda-feira, revela que Jobs demorou nove meses para aceitar uma cirurgia que poderia salvar sua vida, quando teve um primeiro câncer diagnosticado, que ele sofria bullying na escola, tentou diversas dietas excêntricas na adolescência e ocasionalmente exibia comportamento excêntrico, como encarar as pessoas fixamente sem piscar os olhos.

A expectativa é de que o livro pinte um retrato sem precedentes e completamente franco de um homem famoso por proteger ferozmente sua privacidade mas cuja morte gerou tributos e pesar mundiais.

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresáriosEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiagestao-de-negociosPersonalidadesSteve JobsTecnologia da informação

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico