Negócios

Esteves, do BTG Pactual, é processado por ex-funcionário

O ex-funcionário alega que lhe foram prometidas uma parceria e ações por conseguir investidores antes da venda inicial de ações do banco


	André Esteves, fundador do banco de investimentos BTG Pactual: o BTG Pactual arrecadou até R$ 3,66 bilhões em sua abertura de capital (Alessandro Shinoda)

André Esteves, fundador do banco de investimentos BTG Pactual: o BTG Pactual arrecadou até R$ 3,66 bilhões em sua abertura de capital (Alessandro Shinoda)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 12h46.

Hong Kong - André Esteves, o bilionário fundador do BTG Pactual do Brasil, foi processado por um ex-funcionário em Hong Kong, que alega que lhe foram prometidas uma parceria e ações por conseguir investidores antes da venda inicial de ações do banco.

Zeljko Ivic alegou que o Banco BTG Pactual SA, o presidente e CEO Esteves e Huw Jenkins, um sócio-gerente, fizeram deturpações fraudulentas para que ele assinasse acordos com o banco de investimentos, conforme uma ação judicial apresentada perante o Supremo Tribunal de Hong Kong.

O BTG Pactual arrecadou até R$ 3,66 bilhões (US$ 1,66 bilhão) em sua abertura de capital.

A venda ocorreu após um acordo fechado em 2010 para vender uma participação a um grupo que inclui a China Investment Corp., a GIC Pte. e as famílias Rothschild e Agnelli.

Esteves, 45, tem uma fortuna de US$ 4,2 bilhões segundo o índice Bloomberg Billionaires, em grande parte devido à sua participação de 22 por cento no BTG Pactual.

Jenkins e o BTG Pactual Asia Ltd., com sede em Hong Kong, que também foi processada, se defenderão vigorosamente das acusações, “que eles acreditam carecer de fundamento e mérito”, de acordo com seu advogado, Randall Arthur.

O BTG Pactual não comenta assuntos em litígio, disse o banco com sede em São Paulo em resposta por e-mail a consultas.

Ivic está buscando mais de US$ 20 milhões de indenização pelo valor das ações e da parceria prometidas, bem como bônus não pagos, disse seu advogado, Robert Tibbo.

Réus no exterior

Há dois processos iniciados por Ivic sobre o assunto. O primeiro, contra o BTG Pactual Asia, começou no Tribunal do Trabalho e foi transferido para o Supremo Tribunal porque envolvia alegações de fraude e devido à complexidade do caso. Ivic apresentou outro processo diretamente ao Supremo Tribunal para citar os réus no exterior.

Em uma audiência em 12 de maio, Tibbo argumentou que seria necessário conceder tempo a Ivic para citar Esteves e o Banco BTG Pactual no Brasil, a fim de consolidar ambos os processos, poupando tempo e custos ao tribunal. Herbert Au-Yeung, o juiz na audiência, concordou.

Ivic, 46, não quis comentar. Ele começou a trabalhar para o BTG Pactual em setembro de 2010 e obteve uma licença da Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong para atuar como representante do banco entre setembro de 2011 e outubro de 2013.

ABN e UBS

Anteriormente, ele trabalhou para o banco de investimentos de Dubai Millennium Finance Corp. e para a ABN Amro, segundo seu perfil no LinkedIn.

Em 2001, quando o contratou da BNP Paribas Peregrine em Hong Kong, a ABN disse que ele também tinha trabalhado para Jardine Fleming e que ele era “um experiente banqueiro de telecomunicações com responsabilidades primordiais nas relações com clientes, bem como na execução e estruturação de transações na região”.

Jenkins, 56, começou sua carreira bancária na HSBC Holdings Plc em Hong Kong em 1981, passando para a Hill Samuel, a Barclays de Zoete Wedd e depois para a SBC Warburg, onde foi diretor de ações na Ásia. Entre 2000 e 2007, ele esteve no UBS AG, e chegou a ser diretor da unidade de investment banking do banco suíço.

Em 2006, Esteves vendeu o que então era o Banco Pactual ao banco com sede em Zurique por US$ 2,6 bilhões. Ele se mudou para Londres para ser diretor global das vendas de renda fixa e operações para o UBS no ano seguinte e fez uma oferta para comprar uma participação controladora no banco suíço durante a crise financeira de 2008.

O UBS rejeitou a oferta e Esteves se demitiu para formar o BTG, sigla que, em tom de brincadeira, ele diz que significa Back to the Game (“de volta ao jogo”) ou Better than Goldman (“melhor do que Goldman”). Em 2009, o UBS concordou em vender a Esteves e a alguns dos seus antigos parceiros o Pactual, por US$ 2,5 bilhões.

Em 7 de maio, o banco, atualmente conhecido como Grupo BTG Pactual, registrou um aumento de 36 por cento nos lucros do primeiro trimestre, superando as estimativas dos analistas. Suas ações subiram 18,7 por cento neste ano, comparadas com um avanço de 5,6 por cento no índice de referência Ibovespa.

Acompanhe tudo sobre:André Estevesbancos-de-investimentoBanqueirosBilionários brasileirosBTG PactualEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasHoldingsHong KongMetrópoles globaisPersonalidadesProcessos judiciais

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões