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Este plano de saúde do Rio quer faturar R$ 1 bi com foco em quem tem 45+

Fundada em 2020, Leve Saúde aposta em clientes PMEs e pessoas que perderam emprego e precisam contratar seguro por conta própria

Ulisses Silva, da Leve Saúde: 130 mil vidas asseguradas em 2025 e receita anualizada em R$ 900 mi (Divulgação/Divulgação)

Ulisses Silva, da Leve Saúde: 130 mil vidas asseguradas em 2025 e receita anualizada em R$ 900 mi (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 06h38.

Última atualização em 7 de novembro de 2025 às 06h43.

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O mercado de planos de saúde enfrenta um cenário de custos crescentes e envelhecimento da população, com desafios estruturais para manter o equilíbrio entre cobertura, preço e acesso.

No Rio de Janeiro, uma empresa que nasceu há pouco mais de quatro anos vem tentando enfrentar esse cenário de outra forma.

Fundada em 2020 por Ulisses Silva, a Leve Saúde aposta em um modelo voltado para pessoas a partir de 45 anos e para pequenas e médias empresas.

O público-alvo é formado por quem costuma perder o plano ao sair do emprego e precisa contratar por conta própria.

“Essas pessoas muitas vezes se tornam empreendedoras, prestadoras de serviço ou consultores, e seguem precisando de plano para si e para a família”, diz o fundador.

A estratégia rendeu resultado. Em 2024, a empresa alcançou uma receita de 379 milhões de reais, o que representa um crescimento de 78% em 12 meses.

Com isso, a Leve ficou em 8º lugar na categoria de empresas com receita entre 300 e 600 milhões de reais no ranking EXAME Negócios em Expansão 2025.

Crescimento com foco e controle

A empresa começou a operar em setembro de 2020. Na época, o modelo era restrito a três clínicas próprias e poucos canais de venda. Em maio de 2025, a base de clientes chegava a 87 mil beneficiários.

O objetivo é ultrapassar 130 mil vidas até o fim do ano.

Com forte presença no Rio e região metropolitana, a Leve criou uma lógica de crescimento baseada em rede própria, tecnologia e foco geográfico.

Mais de 70% dos atendimentos acontecem nas unidades da empresa, que hoje somam 13 clínicas e estão distribuídas em regiões como Barra da Tijuca, Madureira, Nova Iguaçu, Campo Grande, Penha e Duque de Caxias.

Ainda neste ano, a empresa planeja abrir cinco novas unidades e seu primeiro hospital na Tijuca, comprado em leilão após processo de recuperação judicial. A construção de um segundo hospital, na Barra, está nos planos para 2026.

“Desde o início, a nossa tese foi verticalizar. Ter rede própria ajuda no controle dos custos e garante uma experiência melhor para o cliente”, afirma Ulisses.

Segundo ele, mais de 90% dos agendamentos hoje são feitos pelo aplicativo da empresa, e o atendimento nas clínicas é feito por biometria, sem a necessidade de pegar senha ou passar pela recepção.

Vendas turbinadas por corretores e tecnologia

Boa parte do crescimento da Leve está ligada ao canal de corretores, um setor historicamente pouco valorizado no segmento de planos familiares e individuais.

A empresa criou um modelo de remuneração específico para estimular as vendas para o público mais velho.

“Fomos os primeiros a remunerar bem os corretores por venderem para famílias com pessoas acima de 60 anos. Isso transformou o canal em um canhão”, diz o CEO.

Para sustentar a expansão, a empresa também investe em gestão por dados e tecnologia. Segundo Ulisses, há hoje mais de 15 projetos de inteligência artificial em andamento.

Os sistemas da empresa ajudam médicos a acessar resumos completos do histórico do paciente antes da consulta, reduzem pedidos de exames desnecessários e sugerem condutas com base no perfil clínico.

“Em torno do dia 24 de cada mês, eu já sei exatamente qual será o resultado da empresa — vidas, faturamento, sinistralidade, NPS, tudo. Esse controle é o que nos permite crescer de forma sustentável, mesmo sem investidor por trás”, diz o fundador.

Foco no nicho 45+ e PME

Desde o início, a empresa atua em um nicho que muitos concorrentes preferem evitar.

Cerca de 60% da base da Leve é formada por pessoas com mais de 45 anos, enquanto os demais são dependentes ou vêm de planos empresariais.

O modelo atende tanto pessoas físicas quanto pequenas e médias empresas com até 29 vidas.

A expansão tem sido financiada por capital bancário, segundo Ulisses, o que exige um nível alto de controle e previsibilidade de resultados.

Hoje, a empresa tem faturamento anualizado perto de 900 milhões de reais e espera ultrapassar 1 bilhão de reais em 2026.

No último mês de maio, a empresa reuniu mais de 2 mil corretores em um evento na quadra da Vila Isabel, com shows e sorteios de prêmios.

Na ocasião, foram anunciadas novas campanhas de bonificação e uma ação de relacionamento direto com o CEO, chamada “Encontro com o Presidente”.

“A gente aposta em gente. E acredita que dá para oferecer um plano de saúde com mais atenção, mais empatia e mais proximidade, mesmo com todos os desafios do setor”, afirma Ulisses.

O que é o ranking Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.

Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.

São 470 empresas que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2025.

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