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Estaleiros já demitiram 10 mil por crise na Petrobras

O maior problema da indústria naval são os desdobramentos da Operação Lava Jato, que podem levar a 40 mil demissões até julho


	Estaleiro: o maior problema da indústria naval são os desdobramentos da Lava Jato, com crise na Petrobras e na Sete Brasil
 (WTorre/Divulgação)

Estaleiro: o maior problema da indústria naval são os desdobramentos da Lava Jato, com crise na Petrobras e na Sete Brasil (WTorre/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de abril de 2015 às 12h06.

São Paulo - Desde dezembro do ano passado, estaleiros já demitiram 10 mil pessoas. Até julho, se a crise se agravar e a situação da Petrobras e da Sete Brasil continuarem indefinidas, o número pode subir para 40 mil demissões.

Havia 82.472 empregados no setor no dezembro do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). Em 31 de março, o número caiu para 72.006.

O setor estava aquecido e otimista, no ano passado. De 2004 a 2014, os empregos aumentaram mais de seis vezes. No entanto, 2015 é o primeiro ano em que o número sofre uma queda.

Os cortes são em parte explicados pela conclusão de obras de navios e plataformas, de acordo com o Sinaval. Em 2014, foram entregues 79 obras, de plataformas a petroleiros.

Porém, o maior obstáculo da indústria naval são os desdobramentos da Operação Lava Jato. O prejuízo da Petrobras pode afetar muitas empresas do setor, com menos investimentos, menos projetos e demissões.

Para a Sinaval, as dificuldades no setor podem se prolongar por muitos anos. Ainda há 324 obras em andamento, segundo o sindicato

Porém, como os prazos para produção e entrega são longos, seria necessário começar ainda este ano o planejamento de encomendas para manter as atividades dos estaleiros a partir de 2018.

Sete Brasil

Por conta das consequências da Operação Lava Jato, a Petrobras cancelou 13 pedidos de sondas de perfuração para a Sete Brasil, sua maior parceira na exploração do pré-sal.

Por isso, a empresa não consegue pagar seus credores, tem dificuldades de obter financiamento do BNDES, atrasou pagamentos e enfrenta rebaixamento de rating. 

“As indefinições quanto a capacidade financiamento da Sete Brasil, que contratou a construção das sondas, indica a necessidade de acompanhamento das soluções”, afirma a Sinaval, em documento.

Segundo o sindicato, estaleiros contratados pela Sete Brasil informam impactos da falta de pagamentos. O EAS suspendeu unilateralmente o contrato e anuncia demissão do pessoal envolvido no projeto.

O Enseada Indústria Naval parou obras de construção do estaleiro em Maragogipe, na Bahia. Além disso, o Estaleiro Rio Grande Ecovix procura sócio para compensar perda de receitas.

Para tentar se reerguer, a Sete Brasil busca sócios e projetos alternativos na Ásia, segundo a Folha de S.Paulo.

Um grupo de acionistas e executivos da empresa viajou para Cingapura, China e outros países para conversar com bancos, fundos de investimentos e estaleiros na região.

De acordo com o jornal, a intenção é convencer os asiáticos a se tornarem sócios da empresa brasileira, o que ajudaria a levantar financiamento na Ásia.

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