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Estado português veta venda da Vivo à Telefônica

Situação e oposição do governo de Portugal concordaram que a Vivo é fundamental para os negócios da Portugal Telecom

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates: governo usou sua "golden share" da PT para impedir a venda da Vivo à Telefônica (Wikimedia Commons)

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates: governo usou sua "golden share" da PT para impedir a venda da Vivo à Telefônica (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Lisboa - O Estado português usou hoje seu direito especial como acionista da Portugal Telecom (PT) para rejeitar a venda à espanhola Telefónica, por 7,150 bilhões de euros, de 30% do controle da companhia lusa pela brasileira Vivo.

A votação geral da assembleia de acionistas foi propícia à operação, segundo informou o presidente do sindicato dos trabalhadores da PT, Jorge Manuel Félix, presente na reunião, realizada a portas fechadas.

O representante do Estado luso fez uso da "ação de ouro", com direitos especiais, que mantém na companhia para rejeitar a operação.

Fontes da assembleia, que ocorreu em Lisboa a portas fechadas, informaram que só 26% do capital representado votaram contra a venda na reunião, na qual estiveram representados 68,5% dos acionistas e foi negado direito de voto aos 6% relacionados com a Telefónica.

A decisão do Governo socialista do primeiro-ministro José Sócrates, causou uma grande surpresa entre os acionistas, dada a oposição que manifestou Bruxelas a posse das ações estatais com direitos especiais e mais ainda a sua utilização prática.

Sócrates, que se mostrou contrário à venda da Vivo, não tinha revelado se usaria a ação de ouro para vetá-la, mas na semana passada disse que tinha dado instruções a um dos principais acionistas da PT, a estatal Caixa Geral de Depósitos (7,3%) para que votasse com suas ações ordinárias contra a operação.


O líder da oposição lusa, Pedro Passos Coelho, do Partido Social Democrata (PSD) se opôs que a PT vendesse o ativo considerado fundamental para seu futuro.

O resultado da votação de hoje, tão propício à oferta da Telefónica foi também uma surpresa, porque mostrou que uma parte do chamado "núcleo duro" de acionistas portugueses, contrários à venda, acabou de sucumbir à última oferta, que até ontem era de 6,5 bilhões de euros.

Com a presença de acionistas inferior a previsão, ganha força o "núcleo duro" português da companhia, que controla diretamente um quarto dos títulos e hoje poderiam frustrar a operação ao decidi-la só 62% das ações.

Telefónica e outros dois acionistas da Portugal Telecom (PT) não puderam votar na assembleia por conflito de interesses.

A Presidência da reunião anunciou que no total foram excluídas 6% das ações, correspondentes a Telefónica e a duas entidades, Société Générale e Mediobank, que participaram da alienação de títulos da PT que fez a companhia espanhola na semana passada.

Telefónica se desfez em 23 de junho dos títulos e ficou com 2,02% da PT, o que o mercado considerou uma tentativa de evitar que as ações fossem excluídas da votação de hoje por conflito de interesses.

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