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Esta empresa vai faturar R$ 135 milhões com um 'raio-x de riscos digitais' feito em segundos

Com uso de IA generativa, a Ciso X, nova unidade de negócios da Dfense, oferece uma análise rápida de como as companhias podem se proteger melhor

Caio Conrado, Gabriel Paiva e Felipe Thomé, fundadores da Ciso X: a Dfense, grupo por trás da nova unidade de negócios, deve dobrar o faturamento entre 2023 e 2024

Caio Conrado, Gabriel Paiva e Felipe Thomé, fundadores da Ciso X: a Dfense, grupo por trás da nova unidade de negócios, deve dobrar o faturamento entre 2023 e 2024

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Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 10h29.

Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 12h23.

Após investimento de R$ 3,2 milhões, a empresa de cibersegurança Dfense lança uma nova unidade de negócios que promete uma análise rápida da maturidade digital de qualquer empresa. Com inteligência artificial (IA), a Ciso X mostra para as empresas como elas podem se proteger melhor contra hackers, fraudes e outras ameaças online.

"É possível emitir um relatório totalmente assertivo e condizente com a realidade da empresa em menos de um minuto, algo que normalmente demoraria meses para ser feito com uma consultoria tradicional", diz o empreendedor paulista Gabriel Paiva.

Criada em 2020 por Paiva, a Dfense atua como um hub de cibersegurança oferecendo consultoria para empresas de diferentes portes. A empresa não divulga nome dos clientes, mas citou, por exemplo, que um banco tradicional do sudeste contratou a Dfense para ajudar na redução de casos de fraudes e no cumprimento regulatório necessário para ter carteiras digitais.

Já a Ciso X, por sua vez, é uma unidade especializada da Dfense, lançada em 2024 para focar exclusivamente nesta análise rápida. Com essa expansão, a Dfense projeta fechar 2024 com faturamento de R$ 120 milhões, quase o dobro dos R$ 65 milhões registrados em 2023. A nova unidade de negócios foi apresentada ao mercado em setembro e ainda não possui clientes ativos, mas já está em fase final de dois contratos nos setores de entretenimento e beleza.

Como funciona a Ciso X?

A Ciso X usa uma tecnologia baseada em IA generativa, que consegue processar uma grande quantidade de informações em pouco tempo. O que permite essa rapidez são os agentes de IA, que funcionam como "consultores virtuais" especializados em segurança cibernética. Cada agente é treinado para entender e analisar um domínio específico, como gestão de riscos, proteção de dados ou análise de vulnerabilidades.

A IA do Ciso X é capaz de processar milhões de dados de uma empresa, como registros de sistemas, documentos de segurança e históricos de acesso. Os agentes de IA, então, organizam as informações em relatórios detalhados e fáceis de entender, com recomendações específicas para melhorar os pontos críticos encontrados.

Diferentemente das consultorias tradicionais, que dependem da interpretação de consultores humanos, a análise do Ciso X é consistente e padronizada. Isso reduz a chance de erros, já que a IA não é afetada por fatores como cansaço, pressões de tempo ou interpretações pessoais. “A inteligência artificial traz consistência e velocidade ao processo, eliminando os riscos de subjetividade e permitindo ajustes de segurança mais dinâmicos”, diz Felipe Thomé, fundador da Ciso X

O sistema também permite que as empresas ajustem sua segurança continuamente, sem esperar por atualizações anuais. Com isso, a resposta às ameaças se torna mais rápida e até facilita a comunicação de resultados para executivos e conselhos, por exemplo. Para 2025, a expectativa é que a Ciso X gere R$ 13,5 milhões em receita.

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Formação do grupo Dfense

A Dfense não apenas investe na Ciso X, como também em outras marcas do grupo, como a ViperX, especializada em segurança ofensiva, e a ZenoX AI, focada em pesquisa e inovação de inteligência artificial.

Para Gabriel Paiva, o desenvolvimento de softwares próprios é essencial para democratizar a cibersegurança no Brasil. "O mercado de cibersegurança precisa de inovação acessível e não é viável depender apenas de produtos internacionais, principalmente com o câmbio atual", enfatiza o CEO.

Com mais de 60 colaboradores e o investimento contínuo em startups do setor, a Dfense está se movimentando para lentamente se firmar como um grupo de cibersegurança. “Estamos com múltiplas empresas de cibersegurança, cada uma focada em áreas estratégicas para atender diferentes necessidades do mercado”, diz Paiva.

A Dfense também planeja expandir sua presença internacional, citando regiões como América Latina, Estados Unidos e Europa. “Queremos ser parceiros estratégicos de qualquer empresa que precisa proteger sua estrutura digital contra riscos”.

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