Centro de distribuição da Friozem: nova unidade tem 30 docas, 28.000 posições pallet e sete câmaras frigoríficas reversíveis (Friozem/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 13h28.
Pouca coisa é mais desafiadora para quem cuida de logística do que o transporte de alimentos com temperatura controlada.
Garantir o frio do começo ao fim do processo, da armazenagem à entrega final, é difícil — e caro. Ainda mais quando se trata de sorvetes, carnes, congelados e perecíveis que não podem ter variação de um grau sequer.
É nesse setor que atua a Friozem, empresa paulista de logística com foco em alimentos refrigerados e congelados.
Fundada em 1978, a companhia opera hoje em nove Estados com 11 unidades, atendendo gigantes do varejo como Carrefour, Sonda, Mambo e Imec.
Agora, a empresa acaba de dar o passo mais recente em seu plano de expansão: um novo centro de distribuição em Sapucaia do Sul, construído em parceria com o Ecoparque Lourenço & Souza. O projeto custou 100 milhões de reais e marca a entrada oficial da Friozem no polo logístico que se forma na região metropolitana de Porto Alegre.
“A gente ficou vários dias sem operar e isso gerou um enorme prejuízo. Mas foi também o que nos motivou a investir em uma estrutura mais moderna, eficiente e segura”, afirma Fábio Galesi Fonseca, CEO da Friozem.
A nova unidade tem 30 docas, 28.000 posições pallet e sete câmaras frigoríficas reversíveis.
É equipada com sistemas de automação e refrigeração de alta eficiência e consome apenas energia de fontes renováveis. O contrato com o Ecoparque prevê a possibilidade de expansão para mais 10.000 posições pallet nos próximos cinco anos.
A Friozem nasceu em São Paulo com uma missão bastante pragmática: atender uma demanda do governo federal, que precisava armazenar carne bovina comprada na safra para revender na entressafra — tudo para tentar controlar a inflação da época.
A estratégia era simples: congelar os estoques e vender depois ao mesmo preço, amortecendo os efeitos da sazonalidade.
Para isso, o país precisava de armazéns frigorificados — e foi aí que a Friozem surgiu.
O negócio deu certo.
A empresa cresceu e ampliou seu alcance geográfico. Hoje, além da nova base no Rio Grande do Sul, a companhia tem operações em
O novo centro no Rio Grande do Sul substitui a operação anterior da empresa, que funcionava em Esteio e foi severamente afetada pelas enchentes que atingiram a região em 2024.
Mais de um ano depois, a Friozem inaugura sua nova base em uma área com melhor infraestrutura urbana, mais segurança e em uma cota mais elevada, o que reduz riscos operacionais.
A localização estratégica também pesou: o Ecoparque fica a poucos metros da BR-116 e a cerca de 20 quilômetros de Porto Alegre.
“Para uma empresa de logística como a nossa, localização é fundamental”, afirma Fonseca. “O Ecoparque oferece vias largas, pavimentação de qualidade, segurança e áreas auxiliares completas. Tudo isso reforça nossa eficiência operacional.”
A nova unidade gaúcha é apenas uma parte da estratégia de expansão da Friozem.
A empresa também planeja abrir um grande centro de distribuição em Itú, na Região Metropolitana de Sorocaba, em São Paulo.
O valor do investimento ainda não foi divulgado.
A expectativa é crescer com a entrada de novos clientes, aproveitando o aumento da demanda por soluções logísticas refrigeradas.
Em 2023, a Friozem faturou 300 milhões de reais e quer atingir os 400 milhões nos próximos anos.
A parceria entre Friozem e Ecoparque Lourenço & Souza também marca um novo momento para o condomínio logístico, que abriga empresas como Mercado Livre e Oscar Calçados. Com a chegada da Friozem, são agora 43 empresas instaladas, em 82 mil metros quadrados de galpões construídos, e mais de 1.500 empregos diretos.
“A chegada da Friozem comprova a assertividade do nosso projeto, com foco em alto padrão de estrutura, tecnologia e eficiência”, afirma Filipe Christianetti, diretor de negócios do Ecoparque.
Para o sócio-fundador do condomínio, Vilmar Lourenço, o momento representa mais que uma conquista empresarial. “Nosso projeto agora mira protagonismo na economia gaúcha, com impacto direto na arrecadação e no PIB regional”, diz.
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