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Esta é a melhor época para inovar, diz fundador da Evernote

Segundo Phil Libin, muitas tecnologias antes incipientes amadureceram em 2016 e é a partir delas que novas transformações irão surgir

Phil Libin: "agora temos um entendimento aceitável de como funciona o cérebro e os produtos não precisarão mais fritá-lo". (Openspace/Divulgação)

Phil Libin: "agora temos um entendimento aceitável de como funciona o cérebro e os produtos não precisarão mais fritá-lo". (Openspace/Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 17h14.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 13h01.

São Paulo - Na avaliação de Phil Libin, um dos fundadores da Evernote, a época atual é uma das melhores para criar empresas e produtos inovadores.

De acordo com ele, que deixou a companhia e agora investe em outras startups, muitas tecnologias antes incipientes amadureceram em 2016 e é a partir delas que novas transformações irão surgir.

Dentre elas estão os aplicativos de mensagens instantâneas, a inteligência artificial, os drones, a realidade virtual e a internet das coisas.

"Eu como investidor aposto em empresas que fazem isso: aprendizagem automática, APIs, inteligência artificial. Vamos interagir naturalmente com as máquinas no futuro", disse em palestra na HSM Expomanagement nesta segunda-feira (7), em São Paulo.

Libin disse que a ideia de fundar a Evernote, há oito anos, veio em tempos parecidos com os atuais.

"Quando peguei o primeiro iPhone na mão, eu senti que ia entender os próximos cinco anos, que toda tecnologia do mundo seria reescrita em volta dos aplicativos móveis. E tenho essa mesma sensação agora, nove anos depois", afirmou.

Segundo ele, o smartphone da Apple refinou recursos como o touch screen, o ambiente de instalação de apps (que antes era feita por CDs e passou a ser realizada na nuvem) e a cobertura de redes. E foi em cima deles que a Evernote foi construída.

O caminho

Para o investidor, a próxima revolução tecnológica virá pelo caminho da ergonomia cognitiva, ou seja: os novos produtos serão desenhados a partir da maneira como nosso cérebro funciona, assim como anos atrás os designers começaram a criar objetos adaptáveis aos movimentos do corpo humano.

"Agora temos um entendimento aceitável de como funciona o cérebro e os produtos não precisarão mais fritá-lo".

Um dos conceitos que vai se transformar, afirma, é o de ordem alfabética, que não é natural. Uma pessoa não organiza mentalmente as pessoas que conheceu pela primeira letra de seu nome, mas pelo lugar onde se encontraram, sobre o que conversaram, por exemplo.

Libin prevê que, a partir da compreensão dessa lógica, tudo vai mudar: a forma de ler, aprender, dirigir – com base em inovações tecnológicas em hardware e software.

Ele disse que algumas tecnologias como a realidade aumentada e a direção autônoma são promissoras, mas que ainda não é a hora de colocar dinheiro nelas.

"Elas não estão boas o suficiente. O pessoal acadêmico já pode focar nisso, mas o investidor não".

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