Redatora
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 17h47.
Contratar cedo e de forma estratégica poderia ter acelerado o crescimento de diversas empresas que hoje movimentam milhões de dólares por ano.
Essa é a constatação comum entre seis empreendedores norte-americanos entrevistados pelo portal Entrepreneur, todos com faturamento anual superior a US$ 1 milhão e, em alguns casos, chegando a US$ 20 milhões.
A decisão de adiar contratações, muitas vezes tomada como medida de contenção de gastos nos estágios iniciais de um negócio, pode se transformar em um gargalo para o crescimento e em um custo oculto nas finanças corporativas.
Michelle Jimenez-Meggiato e Andrea Meggiato, fundadores da marca de snacks congelados incredifulls, começaram com US$ 20 mil do próprio bolso e viram seu produto esgotar rapidamente em um mercado de rua.
O crescimento foi rápido, com direito a acordo no Shark Tank e distribuição nacional. Ainda assim, Michelle afirma que teria buscado ajuda mais cedo. “Mesmo pequenas melhorias operacionais fazem uma diferença enorme para escalar”, disse.
Ross Friedman, da Slacker Media Group, também carrega a mesma percepção. Aos 16 anos, começou a organizar eventos sozinho. Hoje, sua empresa acumula mais de US$ 4 milhões em vendas e 250 mil participantes. “Delegar tarefas e trazer talentos transformou o negócio e a minha vida”, declarou.
Charles Eide, fundador da EideCom, que projeta eventos corporativos, afirma que deveria ter contratado especialistas antes. “Algumas pessoas são muito melhores em certas áreas do que eu, e eu deveria tê-las contratado antes”, disse. Sua empresa registrou US$ 20 milhões em 2024 e tem como meta US$ 100 milhões até 2030.
Ao tentar economizar no curto prazo, muitos deixaram de investir tempo em decisões estratégicas. Esse é o chamado “custo de oportunidade não aproveitada”, conceito-chave nas finanças corporativas.
Victor Guardiola, da marca de bebidas Bawi, destaca que, mais do que contratar cedo, é preciso contratar certo. “Os primeiros contratados têm um peso imenso na trajetória do negócio. Manter alguém que cria atrito e não entrega valor é um custo que só aumenta com o tempo”, afirmou. Guardiola começou com US$ 2 mil mensais e hoje mira faturamento anual de sete dígitos.
Na Tinker Tin, empresa especializada em marketing experiencial, a virada de chave ocorreu quando a fundadora Jaime Holm pôde deixar de acumular funções. Ao lado do irmão Matt Hannula, hoje CEO, a empresa adotou uma estrutura mais robusta e atingiu a marca de US$ 20 milhões em receita anual sem contrair dívidas.
Matt reforça que demitir quem não entrega resultado é tão importante quanto contratar bem. “Parecia um suicídio corporativo demitir alguém quando eu achava que precisava dessa pessoa. Mas era exatamente o que eu deveria ter feito”, afirmou.
Esses casos mostram que decisões sobre pessoas são, na prática, decisões financeiras. O que está em jogo não é apenas produtividade, mas a capacidade de escalar, inovar e gerar retorno sobre investimento.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.